Ano I - Nº 04 - Junho de 1997

 

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Agenda da Dança de Salão Brasileira

 

Mineiros fazem sucesso
no Brasil e na Europa

Jomar Mesquita e Juliana Macedo acabaram de retornar de mais uma bem sucedida viagem à Madrid, onde já têm o seu trabalho reconhecido pelo Círculo do Baile. Tam-bém estiveram em Paris, onde se apresentaram no Teatro L'Empire a convite dos or-ganizadores do "Primeiro Festival Internacional do Tango". Jomar Mesquita é enge-nheiro  mecânico e trocou de profissão. Juliana Macedo, 19 anos, estuda arquitetura, mas já faz da dança uma atividade inseparável de sua vida.

Pela versatilidade com que desenvolvem os mais diferentes ritmos, inclusive o Lindy Hop que vêm introduzindo no Brasil, recebem convites de todo mundo para se apre-sentar nos mais diferentes eventos.

OPINIÃO


Trabalho e Pão de Cada Dia

Por diversas vezes a "Mimulus Cia. de Dança" é convidada a se apresentar nos mais diferentes eventos: aniversários, reuniões de empresas, jantares, shoppings, bailes, festas beneficentes. São situações muito diferentes em seus objetivos, locais, horários e públicos. A grande maioria delas, porém, tem algo em comum: a ausência de remuneração. Quer dizer, as pessoas nos cedem o espaço cheio de jovens, ou de pessoas importantes, ou superanimadas, que irão, logo após a apresentação, fazer aulas de dança e assim recompensarão o investimento do bailarino.

Nós sempre nos sentimos lisonjeados com tais convites e, certamente, entendemos o carinho e as boas intenções de quem nos convida. São pessoas que conhecem o nosso trabalho, e que,  entusiasmadas, querem que todos o conheçam. A elas somos sempre agradecidos. Nossa experiência anterior, porém, sinaliza que vamos perder tais admiradores se eles continuarem comprometidos em levar o melhor, de qualquer maneira e de graça, e não nos dar a chance de esclarecer nosso não.

Não se trata de má vontade, desatenção ou falta de perspectiva. Ocorre, sim,  uma série de situações que vamos analisar por partes. A primeira delas, é uma questão intrigante. Como as pessoas conseguem, sem dinheiro, fazer uma festa? Outras situações são meramente técnicas, pouco observadas pelo espectador,  porém de suma importância. Para uma apresentação de dança, o piso precisa ser adequado, para evitar o risco de quedas, torções ou outros males. O espaço geralmente condiciona uma "performance", e um bom profissional não pode aceitar o convite para dar uma "dançadinha", sem compromisso com garçons passando pelo salão, evitando pilastras e mesas ou trocando de roupa em público. Há locais impraticáveis e situações que degradam o artista.

Outras vezes, o horário é inconveniente. Como pedir a um grupo ou pessoas que per-cam a sua noite de sexta-feira, aguardem um intervalo da orquestra (que está sendo remunerada) e, lá pela uma hora da manhã, se apresentem sem ganhar nada? Há quem ofereça em troca o próprio baile, a comida, o ingresso gratuito, esquecendo-se que o bailarino está ali, naquele momento, para trabalhar. E, aí, tocamos num assunto ainda pouco compreendido. Não sei ainda o que falta, mas as pessoas não entendem que dançar, se para alguns é lazer para outros é uma opção profissional. Que o artista tem as despesas de uma pessoa comum, investe em si mesmo como qualquer mortal e ainda precisa pensar, com seriedade, do que vai viver quando não mais puder dançar.

Em outras situações não dá para acreditar que o outro lado não possa remunerar. Grandes organizações podem apoiar as artes e ainda abater suas despesas no Im-posto de Renda. Nesses casos, falta seriedade e respeito, e nem perdemos tempo em contemporizar.

Quero também falar um pouco sobre as festas beneficentes. Quem nos acompanha sabe bem que não nos falta a caridade. No segundo número deste jornal, a Mimulus colocou oito datas, para apresentação de seu espetáculo, à disposição de entidades beneficentes. Não houve uma solicitação sequer. Não é, porém, justo, que os porteiros, garçons, seguranças, músicos, decoradores e outros sejam remunerados e os bailarinos não o sejam. Porque, apenas eles,  precisam ser caridosos?

Não temos até hoje, com sete anos de experiência, retorno do trabalho que foi feito gratuitamente. Pelo contrário. Nem temos registro de publicidade sem um custo. O que conseguimos nos veículos de comunicação foi conseqüência da seriedade do nosso trabalho e não da bajulação. Algumas pessoas não compreendem porque não temos projeção nacional. Procuramos explicar que temos, inclusive internacional. Continuam sem entender...

Agora precisamos  falar um pouco da nossa realidade. A Mimulus é uma escola que acolhe talentos e, para eles, cria condições de desenvolvimento. Paga  ensaios e apresentações, propicia o exercício, insiste no desenvolvimento de cada um, ainda que amanhã esse talento desenvolva o seu próprio espaço. É exigente porque acredi-ta que as pessoas podem ir além. Vê o trabalho do artista sempre em construção. Acredita que o melhor ainda está por vir, então está sempre se superando.
 
Temos alunos que nunca assistiram a um de nossos espetáculos e fazem aulas há mais de cinco anos. Temos espectadores que nunca fazem aulas. Temos alunos que nunca perdem uma apresentação. A escola vai bem, mantida pela qualidade do seu ensino. Poderia estar melhor, se a cultura fosse mais identificada e reconhecida. Sabemos que um bom professor nem sempre é um artista nem o artista será um bom  professor.

O que mantém aqueles que fazem a arte é o respeito ao seu trabalho e o pão de cada dia, merecido pelo seu suor. Bom que seja doce, para repor tanta energia despendida em criação, ensaios e aperfeiçoamento. Não precisa ser aquele que o diabo amassou.

Baby Mesquita
Psicóloga, pedagoga e diretora da Mimulus Dança de Salão
PANORAMA

Escrito nas Estrelas

É um filme do diretor Percy Adlon, estrelado pelo não menos sensacional Donald Su-therland, que representa o boa vida - aquele que sai para dançar diariamente, todo de branco, enquanto a mulher morre de trabalhar. De fato ela  morre e ele se veste de luto, com terno preto e sapatos brancos. Lolita Davidovich, no papel de Penélope, claro que vai para o céu - lugar onde as pessoas passam a ter a idade em que se sentiam mais belas. Melhor ainda: ela pode voltar à terra, cada dia mais jovem, e mostrar-se a ele numa sedutora vingança. Ao som de Show me your face e happy dancing fool, ela surge à frente do viúvo pronta para dançar. Coisa que não fez em vida. Quando o filho descobre as loucuras do pai, diz: "Ele me cegou com o seu terno branco o tempo todo". A vida imita a arte...

Deu no Jornal

Que nas gafieiras mais tradicionais é proibido o beijo na boca. As mulheres não po-dem recusar convites para dançar e nem ter vontade própria. Quem manda é o ho-mem. Ele zela pela moral e os bons costumes. Enquanto isso, aprofunda-se o estudo dos "bonobos", chimpanzés muito peculiares, cujas fêmeas comem primeiro, tomam as iniciativas e fazem mais sexo do que filhos. Gostam tanto de fazer amor que treinam antes com os do mesmo sexo. São mestres em beijos na boca. Os estudiosos tentam explicar: "como esses animais não complicam a alimentação, satisfazendo-se com frutos e pequenos animais silvestres, os machos perderam a agressividade. O sexo passou a ser instrumento de compensação e  faz o papel  reconciliador". Alguém já pensou em acabar com os supermercados, plantar uma hortinha,  comer frutinhas, criar galinhas... não? Por que?

Porque o Sonho Acabou

Zé Rodrix contou que quando compôs "Eu quero uma casa no campo..." não sabia onde estava com a cabeça, já que é tão urbano. Ele morre de susto quando lhe di-zem: " você mudou minha  vida. Abandonei  tudo e estou no meio do mato feliz da vida..." Por isso não pensou duas vezes, mudou a letra e hoje canta: "Eu quero uma casa na praia...".

Novas Ocupações

A dança de salão, no Rio, gerou um novo tipo de profissional: o "escort dancer", que tem como tarefa acompanhar clientes em festas e não deixá-los tomando chá de ca-deira. Já  em Tóquio surgem os "gueixas" masculinos, que são pagos para dizerem às mulheres carentes "você é linda" e outras coisas mais. Para melhorar o seu desempenho, se inteiram dos assuntos femininos pela televisão e revistas especializadas. Os hosts, assim também chamados, queixam-se das mulheres de hoje, que, segundo eles, só pensam em sexo.

Enquanto Isso

Em Nova York os professores de dança de salão não  podem chamar os alunos de "homens e mulheres", "damas e cavalheiros", nem de "meninos e meninas"; mas de "condutores e conduzidos", dentro do politicamente correto e em respeito aos homossexuais.

Mais uma que deu no Jornal

Que os sem-terra, durante a marcha em direção a Brasília, dançavam o forró aos sá-bados para aliviar a saudade. Foram recebidos por um presidente pouco sensível. Ainda outro dia, durante um jantar oferecido pelo presidente do Uruguai, FHC confes-sou que nunca havia dançado um tango e, ao som de Aquarela do Brasil, mal conseguiu dar dois passos. E ainda  quer ser reeleito...

Um Pouco de Fred Astaire

Fred Astaire começou a dançar só porque sua irmã mais velha, Adele, muito prenda-da, precisava de um parceiro e ele era um irmão muito dedicado. Teve uma época em que ela, já adolescente, ficou muito mais alta do que ele. Então esperaram Fred crescer por dois anos, aliás os únicos em que freqüentaram uma escola regularmente. Dançaram e fizeram sucesso por 25 anos, até que Adele se casou.
Durante esse tempo, Fred, consciente de que seu papel era o de dar suporte à irmã-estrela, foi ganhando um ar assim meio "blasé" e maravilhosamente perfeito. Isto lhe deu chance para continuar, mesmo sem Adele, revolucionando o conceito de dança no cinema e se tornando um superastro mundialmente conhecido.

Vale a Pena um Pouco Mais

Fred Astaire fez carreira na Broadway antes de ir para o cinema. Já que ia fazer filmes, queria ser um ator que dançasse e não apenas mais um dançarino. Chegando a Hollywood, visitou um produtor e conversou com ele:
- Bem, eu danço há mais de vinte anos e...
- Ora, ora - respondeu o produtor - Sente-se. Você deve estar cansado!

Mas, Isto é Moda?

Moda, liberdade, o corpo como suporte e a roupa como forma de comunicação, o cor-po como escultura, a roupa encarnando a fantasia. Estes são alguns dos temas discutidos no vídeo "Mas isto é Moda?", produzido pela Paleo TV e dirigido por Cristiane Mesquita e Malu Pedrosa, que será lançado em Belo Horizonte, no dia 2 de julho, às 20:00 horas no Teatro Telemig.

Apoio às Artes

Não houve quem não lamentasse o incêndio no Palácio das Artes. Quem vê a foto das cadeiras queimadas tem  a sensação de ter perdido o seu lugar - sempre guardado. Mas fica aquela  pergunta: é preciso que tudo pegue fogo para que surja a soli-dariedade? O apoio às artes em Minas não é bem um motivo de orgulho.

O artista plástico A. Emydio Ferreira da Silva deu duplo show na sua exposição de pinturas. Escreveu na última folha do convite:

 "Este espaço foi reservado para o patrocinador,
 mas nenhum dos solicitados compareceu.
Em respeito à Arte e ao Público,
aceitamos o desafio: sair sem ele.
Pois, imprescindível é você.
A quem serviria a arte sem público?"
Falando em Artes Plásticas

A artista plástica Patrícia Figueiredo retornou da Índia, onde expôs suas obras em papel reciclado e fez palestras, encantada. Contou que lá se dança o Zouk enriquecido com muitos movimentos das mãos.

Ballet Stagium e os Ritmos Brasileiros

O Ballet Stagium vem desenvolvendo trabalhos com os ritmos brasileiros desde 1979. Começou por "Valsas e Serestas", "Batucada", "Modinha", "Valsas Brasileiras" e de-pois "Choros", onde interpreta Lamento, Pedacinho do céu, Flor amorosa, Carinhoso, Vê se gostas, Bem-te-vi atrevido, As rosas não falam e Tico-Tico no fubá.
Agora o Stagium faz o lindo "Tangamente". É ótimo o tango na ponta dos pés! Há quem responsabilize o grupo pela popularização da dança no país. Até parece que, quem dança o popular e a dois, pouco está fazendo. Se a dança de salão estivesse presente nos festivais e mostras que pululam pelo Brasil afora, seria melhor reconhecida e, apresentando trabalhos com qualidade, valorizada como arte.

Um pouco da História Nacional

Louise Frida Reynold Poças Leitão é o nome completo de Madame Poças Leitão que em 1914 deixou Lousanne, na Suíça, e veio para o Brasil fundar a "Escola de Danças e Boas Maneiras", em São Paulo.
Percebendo que inúmeros brasileiros saíam daqui para aprender as danças de salão na Europa, concluiu que seria um bom negócio vir para cá. E foi. Ou melhor, veio. Dando aulas em francês, ao som de um piano, com um chicotinho nas mãos, vistoriando as unhas dos alunos (que só freqüentavam as aulas de terno e gravata), economizou as viagens dos filhos do então "Presidente do Estado", que era como se chamava, na época, o governador.
Madame Poças Leitão parou de dar aulas em 1966 e morreu em 1974, aos 90 anos de idade. A escola ainda existe. Foi passada para a nora, da nora para os filhos, em Santo Amaro, na chácara Santo Antônio.

Camboja

As bailarinas contratadas pelo Ministério da Cultura do Camboja ganham entre 12 e 15 dólares por mês, e passam três sem receber. Por lá, com 40 dólares é possível viver modestamente. Quando não estão ensaiando, vendem milho nas ruas, costu-ram, dão aulas ou trabalham como feirantes. À noite, são as apsaras, as bailarinas sagradas do Camboja.
Como foram assassinados mais de 2 milhões de cambojanos no período de 1975 a 1979, das 50 bailarinas do Balé Real, apenas seis sobreviveram. Uma delas, Emi Thea, tem 64 anos ou 460 (lá, cada ano passado no inferno equivale a 100), passou 4 anos num campo de refugiados. Depois da guerra, percorreu diversas províncias dan-do aulas em troca de um prato de arroz.
Na volta tomou para si a tarefa de reconstruir o passado. Das apsaras, Emi foi a pri-meira a quebrar o tabu da virgindade. Os deuses de lá - aos quais as bailarinas, antes de cada apresentação, oferecem flores - só aceitavam as suas preces se elas fossem virgens. Com o retorno de Emi Thea, os deuses  tiveram que mudar a cabeça.

Mimulus Cia. de Dança

De vento em popa, a Cia. não poupa o fôlego em suas apresentações. Esteve no Mi-nas 2, no Clube Recreativo (em noite de gala Beth e Bosco), com empresários alemães convidados da FIEMG, na "Ação Global" em Santa Luzia, no novo espetáculo "Um Baile Moderno" e na Europa, tudo isto em menos de um mês.

PERFIL


Jomar Mesquita
intimidade e brilho com a dança
Exemplo feito sob medida para a frase de sua irmã, Cristiane:
"o trabalho é sempre o fruto do que foi a vida da gente", Jomar Mesquita é a própria encarnação do que conseguiu suar nas pistas lisas e espelhadas dos salões. O fruto do que já foi sua vida certamente contestará as leis da natureza, permanecendo do maduro ao mais do que maduro, sem se perder. E nós que já nos deliciamos por diversas vezes das colheitas, torcemos para que o agricultor, além das mãos, tenha os pés abençoados todos os dias.

Além de bailarino, coreógrafo e professor, Jomar é diretor da Mimulus Dança de Salão. Já apresentou-se em diversas mostras e festivais no Brasil e no exterior, colocando a dança de salão no mesmo nível de reconhecimento das outras modalidades. Além da sua formação em dança de salão, já estudou balé, teatro, técnicas circenses e hoje dança em torno de 18 ritmos diferentes.

O começo foi mais ou menos assim

"Quando eu tinha 15/16 anos meus pais saíam para dançar e eu tinha vontade de ir junto, mas, como todo bom adolescente, não admitia a minha idéia. Até que, por insistência de uma namorada, fui assistir uma aula e não mais parei. Comecei uma vez por semana, depois todos os dias, depois eu saía das aulas e continuava dançando, às vezes na rua mesmo. Mas nunca imaginei que um dia iria dançar ou trabalhar com algo que fosse ligado à arte, e sim com ciências exatas. Eu gostava de música, mas, era tão tímido que, até bem pouco tempo, minha família nunca tinha me ouvido cantar. Acredito que eu bloqueava o meu lado artístico de alguma forma. Quando eu estava prestando o vestibular foi que comecei a dançar e, já na metade do curso de engenharia, eu percebi que o meu caminho era outro. Terminei a faculdade por terminar. Hoje não me vejo fazendo outra coisa que não se relacione com as artes".

Inspiração e transpiração

"No meu trabalho, não sei o que curto mais. Antes de cada apresentação fico muito tenso e juro que aquela será a última, mas na hora que danço sinto justamente o inverso e, quando tudo termina, já estou querendo a próxima.

Como professor, a gratificação é outra e não é menor. Gosto de ver meus alunos dan-çando cada vez mais. Me empenho muito nisso. É ótimo ver aquelas pessoas que chegaram para fazer aulas irem se soltando e, de repente, se divertindo e entrosando com outras pessoas. Eu vejo que, de alguma forma, proporcionei isso a elas e, para muitas, estou também abrindo a possibilidade  de trabalhar com a dança.

Quando me perguntam o que mais gosto de dançar, não sei responder. Depende do dia e da hora. Tem dia que eu vou ensaiar tango e não consigo,  pois estou num dia de rock e tem que ser rock. Os ritmos estão ligados à nossa cadência vital, cada um deles mexe com um determinado sentimento. E ainda tem a questão do ajuste ao desejo do outro. Por isso é comum que uma parceria se desentenda. Tem dia que é um desespero ter que levar à frente um trabalho, tendo que repetir e repetir, ensaiar até a exaustão. Pensar que tenho um prazo, que a coreografia tem que sair, que não dá para ficar esperando chegar a inspi-ração. É muito sofrido.

Quem cria, de fato, tem é mais transpiração. Vêm as idéias (que não escolhem hora), tem a música e, quando a gente vai passar tudo o que pensou para outras pessoas, é frustrante porque, às vezes, não sai exatamente o que se tem na cabeça. Só muito lentamente as coisas vão acontecendo e vou ficando mais animado. Depois, vem a parte de limpar o trabalho e repetir, repetir milhares de vezes. E ouvir aquela música tantas vezes passa a ser um sacrifício. Quando tudo fica pronto, é muito gratificante ver que se colocou ali o sentimento e os movimentos certos. Aí vale a pena".

Planos para o futuro e as dificuldades do presente

"Basicamente tenho dois objetivos. Um se relaciona à escola: quero ampliá-la, aumen-tar o número de alunos, abrir novos espaços. O outro, se relaciona aos shows. Na escola conseguimos fazer um espetáculo por mês. Temos um excelente público, porém, muito ávido por novidades, o que nos leva a viver sempre sobre a pressão de criar. Se conseguíssemos divulgar mais o nosso trabalho, certamente poderíamos nos apresentar mais vezes e aproveitar melhor todo o trabalho com a montagem de um espetáculo.

Uma das coisas que mais me incomoda no meu trabalho é a forma como algumas pessoas enxergam a dança de salão no Brasil. Até bem pouco tempo, se eu falasse que era dançarino ou coreógrafo, as pessoas me olhavam meio de lado. Quando estive em Cuba, percebi mais claramente esta questão. Lá, se você dança, as pessoas te olham de um jeito totalmente diferente, valorizando você. Aqui, só depois que vão à escola ou assistem um trabalho seu, é que as pessoas mudam a visão. E as coisas são interligadas. Daí, quando as pessoas querem contratar um trabalho seu, não valorizam também financeiramente. O patrocínio, da mesma forma, fica complicado. Ir atrás dos órgãos ligados à cultura, ou empresas, desgasta porque oferecem tão pouco que não vale a pena enfrentar as filas e a papelada. A Mimulus (escola) é que patrocina a Cia. de Dança e uma ajuda a outra. A divulgação pela imprensa também desanima. Sinto que as coisas vão melhorando, mas  muito aquém do que a dança merece.

As pessoas que nos assistem são sempre muito receptivas. Há ainda uma tendência para valorizar o que é de fora, mas, comparando com o nosso começo, acho que temos hoje um grande reconhecimento do público. Mas ainda há muito o que fazer. A dança deveria começar na infância, nas escolas, com professores que tenham boa formação técnica e cultural. Ela tinha que estar presente nas faculdades de educação física, nas universidades. No Brasil há tímidas iniciativas nessa área. Já tentamos fazer alguma coisa sobre esse assunto, mas as pessoas que lidam com a questão talvez ainda não estejam conscientes da necessidade de se organizar esse conhecimento. Dizer que as coisas não são feitas por falta de dinheiro não resolve. Hoje trabalho também com crianças carentes. Todos muito novos e bagunceiros, mas foi a forma que encontrei de levar a dança para mais pessoas".

Dia-a-dia de um perfeccionista

"Me imponho uma rotina dura. Funciono melhor à noite, quando tenho maior disposição  para gravar, coreografar... Durmo mais pela manhã, ensaio diariamente com a Juliana, estudo inglês, meio que obrigado pela profissão, e espanhol, que gosto mais e tenho mais prática. Atendo alguns alunos particulares, ensaio o grupo e dou aulas à noite na Mimulus.

Gosto do meu cotidiano, pois não tenho muita rotina, só lamento às vezes perder uma peça de teatro ou show que está acontecendo durante o meu trabalho. Gosto da liberdade de viajar e juntar as coisas. Meio de férias, conhecendo lugares novos, dando e fazendo aulas, me apresentando... Fotografo tudo que vejo

Minha facilidade para dançar não nasceu comigo. Foi fruto da prática, da pesquisa e do suor. Algumas pessoas dizem que exijo muito de mim mesmo, mas tenho parâmetros para saber que muitas vezes não está bom mesmo. Por outro lado, reconheço o meu perfeccionismo, mas ainda não encontrei outra forma de crescer. Acho que nunca vou conseguir ficar totalmente satisfeito com o meu trabalho.

As pessoas acham que sou calmo para umas coisas e muito nervoso com outras. Quando estou em época de apresentação, brigo com todo mundo e não avalio muito o que falo. Esse meu lado bravo assusta mas também dá margem a muitas brincadeiras. Com isso rolam coisas engraçadas. Para quem está de fora nosso ensaio pode ser visto de duas formas: ou não agüenta a tensão e vai embora ou enxerga o lado cômico e se diverte. Muito das coreografias devo aos meninos. Às vezes eles estão brincando e eu falo 'é isso que eu quero. Repitam isso' e eles acham que não estou falando sério. No final das contas, nossa vida é mesmo meio que brincadeira. Mais ou menos como um filme. Para mim, só falta a trilha sonora me acompanhando em cada momento".

RITMOS


Tango
O Despertar
Em 1975,  Béjart coreografou
La cumparsita.
No mundo todo se ouve essa música.
Quando uma pessoa se imagina dançando o tango
lembra dos primeiros acordes de La cumparsita.
 Visão Poética
Volver em lento giro descortinar o presente
olho  de leopardo, lâmina corta o meu peito.
Morro nos teus braços
um anjo me acolhe.
Aspira-me para que dos meus cabelos nasçam rosas.
Cruzo os meus pés interceptando o seu caminho.
Minhas pernas, antes pedras, são visitadas pelas ondas
pés desenham no chão letras caprichosas.
Minha roupa brilha em cetim
asas escamam-se
em águas profundas, mergulhamos.
Livro-me dos saltos dos meus sapatos
 já não preciso mais das armaduras das fêmeas.
Estou condenada à existência.
Para Ouvir no Carro
Mi Buenos Aires querido
Barenboim, Medeiros e Console - Teldec
Em CD ROM
"Un Siglo De Tango"
Buenos Aires
Pela Internet
http://www.showgate.com/tango/program.html#SCENES
Anuncia o espetáculo "Forever Tango", na Broadway.
Uma produção Luiz Bravo
Um Pouco da História
"En 1983, un grupo de aventureros viajó 15 dias a EUA con el espetáculo 'Tango Ar-gentino'. Esos quinze dias se transformaran en 10 años por todo el mundo. La gente, cautivada por la música sensual del tango, lo aceptava de una manera tal que en este momento se baila mucho más tango en Europa y EUA que en Argentina".
Mingo Pugliese, Buenos Aires
Na Mimulus
Aulas de tango para iniciantes: sexta-feira às 19:00h
Aulas de tango para intermediários e avançados: quinta-feira às 21:30h e sexta-feira 21:00h.

INTERCÂMBIO


Estamos recebendo o informativo "Dança Brasil", sempre nos atualizando quanto aos eventos e notícias sobre o grande mundo da dança.

O último jornal "Dance" traz entrevista com Maria Antonietta, que defende o que é mais genuíno na dança de salão.

De Barra Bonita, SP, recebemos o regulamento do "I Concurso Nacional de Solos, Variações e Duos".

Do SESC - Rio Preto, correspondência sobre o festival "Olhar a Dança".

Recebemos também o jornal "Sem Fronteiras" anunciando a quinta edição do "Bento em Dança".

O professor Walter Manna se dispôs a distribuir, em São Paulo, as fitas de vídeo da "Mimulus Cia. de Dança".

A Agenda de Dança de Salão Brasileira, aos cuidados de Marco Antonio Lemos Perna, acolhe notícias de Minas Gerais, seja diretamente no endereço http://maperna.com.br/dance/agenda ou através de Baby (031-344.2882). Ao que tudo indica, "Mimulus em Movimento", quarto número, estará na página nos próximos dias.

SINTONIA


Assumindo os Desafios

Thaís Guimarães e Cândida Kurtz
Integrantes do grupo principal da Mimulus Cia. de Dança

Por trás da aparência de meninas, a determinação de gente grande. Desafiam o "não vai dar tempo" e o "não vão dar conta". Vão e fazem! Bem feito, ainda por cima.

Lúcia e João Eustáquio
Em noite de seresta, o que é uma boa idéia!

Há pessoas que inspiram o amor à primeira vista. Lúcia e João já refletem o amor maduro, lento e duradouro. Vão conquistando tudo, tão quietamente, que quando se vê já tomaram posse de tudo.

VERTENTES


O Irmão Jazz e o Irmão Samba

Certo é que ninguém nasce pronto e que o ambiente define os diferentes caminhos que cada um vai tomar. Tomando como exemplo um clone: se ele cai da mangueira, quebra o tornozelo e fica com o pé meio tortinho... não poderá ser de novo o "Rei do Futebol".
Pois foi mais ou menos assim que os ritmos originais se diferenciaram.

Irmãos negros foram escravizados e tomaram direções diferentes - alguns foram para a Bahia e outros para o Mississipi. Os que foram para o sul dos EUA, não podiam  tocar os seus tambores, já que os colonizadores dali temiam que, dessa forma, eles se comunicassem entre si e combinassem uma grande insurreição. Mas podiam cantar durante o trabalho. E os senhores os ouviam. Luteranos, sempre estavam de olho em quem pudesse cantar bem no coro da Igreja.

Assim, as worksongs aos poucos foram sendo misturadas aos cânticos das igrejas batistas e metodistas e, com o tempo, se transformaram nos goespels e spirituals. Daí para os primeiros blues, que falavam da saudade, da solidão e da infidelidade, foi mais um passo.

Os tambores foram substituídos por rudimentares instrumentos de corda, surgindo os primeiros banjos e guitarras e, em torno de 1890, até o violino foi introduzido no ragtime. Como conseqüência do uso de tais instrumentos, surgiram músicos muito virtuosos e empenhados, que deram origem aos mestres do improviso.

Já na Bahia, os negros podiam fazer a roda, dançar, batucar e evocar seus deuses, cantando depois do trabalho. Mantiveram os instrumentos de percussão, o  pandeiro, o agogô e, no lugar do banjo, introduziram o cavaquinho. Ao sul do Equador imperava o ritmo, enquanto que ao norte imperava a melodia, o que se pode observar até nossos dias.

Após a abolição, muitos negros foram para o Rio de Janeiro e ali se dividiram. Alguns foram morar na Cidade Nova, onde as baianas faziam as festas em casas e quintais, com os seus vestidos bordados e os tabuleiros de cocada. O samba aí começou a "amaxixar-se" ao som do piano, instrumentos de sopro e do violão. Outros preferiram ir para os morros e, talvez pela dificuldade de carregar o piano, com violões e percussão se ocupavam com o samba mais melodioso e cantado.

Um irmão inventou o sapateado e o outro inventou o samba no pé. Seja pelo barulho dos taps, seja pela cuíca, os irmãos passaram a se comunicar.

Em "Se acaso você me encontrasse" Elza Soares improvisa, lixa a voz como Louis Armstrong e não perde a cadência do samba. Ela arrasa e se reinventa, mostrando que seu pai é o jazz, sua mãe é o samba.

ESPECIAL


O Certo e o Errado na Dança de Salão
A dança de salão vai estar presente nas Olimpíadas.

Errado
O que vai estar nas Olimpíadas é a dança de competição, que é diferente do que se dança nos salões de todo o mundo. Numa determinada ocasião, alguns ingleses es-tandartizaram algumas figuras e ritmos e definiram uma técnica para coreografá-los, passando a competir para ver quem fazia melhor. Ocorre que não se preocuparam em pesquisar os ritmos em suas origens e, assim, o samba, o cha-cha-cha, o tango, entre outros, ficaram irreconhecíveis no Ballroom Dance e passaram a ser criticados mundialmente por aqueles que defendem a cultura e a criatividade.

Por faltar-lhes raízes, inventaram-nas. Disseram que, no tango-competição, o movi-mento de cabeça de um lado para o outro dos dançarinos simboliza a vigilância dos argentinos para ver se a polícia estava chegando enquanto dançavam. Quem conhe-ce a cultura portenha, ri. O samba parece ter sido copiado dos filmes americanos. É estereotipado e mal dá para diferenciá-lo de uma rumba. Segundo Muñoz e Sánchez, a dança de competição se liga ao deus Apolo, pois é muito regulamentada e sofre uma sofisticação crescente. Já a dança de salão é dionísica, voltada para o prazer, é mais livre, mais natural e espontânea.

É preciso ter molejo para aprender a dançar.

Errado
Se as pessoas confundem molejo com estar mole, ou bambo. A dança exige certa tensão muscular. É mais fácil amolecer as pessoas do que incutir nelas alguma rigidez. O importante é que durante o aprendizado se cuide da consciência corporal e aprenda o que e como movimentar. Saber requebrar não é pré-requisito para se dançar bem. Steve Paxton, marco da dança pós-moderna americana, ensina que, para dançar, primeiro é preciso perder o movimento e depois lutar para trazê-lo de volta.

Ter bons olhos e bons ouvidos são fundamentais para o aprendizado da dança de salão.

Errado
Portadores de deficiências visuais podem dançar muito bem, se estão com parceiros nos quais depositam confiança. Nesse caso a única diferença é que, sendo homem, se deixará conduzir. Aliás, um bom exercício para a mulher é dançar de olhos fechados. Para quem conduz, a não ser que permaneça no mesmo lugar, melhor é manter  olhos abertos para ver por onde anda.

Portadores de deficiências auditivas podem ser excelentes dançarinos. A vibração rítmica entra pela pele e os olhos se apuram. Mais importante do que isso é a paciên-cia e a sensibilidade. Muitas pessoas acreditam que vão aprender a dançar em três meses e no primeiro obstáculo desistem, tirando de si mesmas a oportunidade para desenvolver a sensação de flow que a dança pode lhes proporcionar.

Dança exige roupa adequada.

Certo,
Desde que se entenda por roupa adequada, as leves, o perfume suave, os sapatos confortáveis. Saltos do tipo agulha podem deixar o pé de outra pessoa pregado no chão e roupas de strech teimam em ir subindo até o pescoço. Deve-se evitar calçados do tipo tênis e cuidar bem da higiene pessoal.

Os bailarinos, nas academias, são muito informais, mas se você recebeu um convite impresso, leia-o com atenção. Se pedem "passeio completo", não significa lantejoulas até na testa.

No mais, a roupa para dançar vem perdendo, com o tempo, o ar cafona. Nas apresentações, o figurino destinado a caracterizar, ou a nos remeter ao mundo da fan-tasia, deve ser de bom gosto.

Para aprender a dançar bem é preciso começar cedo

Nem sempre
Kasuo Ohno tem 91 anos e começou a sua carreira em 1959. Ele e seu filho, Yoshito Ohno, de 58 anos, são mestres do Butô (bu = mãos e toh = pés). Estiveram no Brasil e apresentaram duas de suas mais recentes criações: Teandoh e Chidoh, ou seja, Caminho do Céu e Caminho da Terra, baseadas nas pinturas de Claude Monet...

FAX


Chegamos em Madrid num avião bem acabado, mas como o comandante se chamava Bom Passaro, nos sentimos mais seguros. Na alfândega foi muito engraçado porque a Juliana falou que não iam me deixar entrar com o meu jeito latino e a ela é que fizeram um monte de perguntas.

No "Círculo de Baile" haviam várias professoras grávidas. Elas disseram que se tratava de um vírus espanhol. Demos aulas e aprendemos também. Descobrimos o Hustle, uma dança um pouco baranga, como tudo o que vem dos anos 70, incluindo eu mesmo, já que nasci nessa época.

Passamos horas trabalhando, horas comendo e poucas horas dormindo. O pessoal do hotel nos achava, no mínimo, estranhos. Deitava às dez e meia da noite e pedia para me acordarem à meia-noite e meia. Saíamos, eu e Juliana, arrastando uma mala. Eles ficavam pensando que estávamos indo embora sem pagar a conta, mas voltávamos às quatro e meia com a mesma mala, que era usada nas apresentações que fazíamos. Realmente as pessoas aqui precisam dormir durante o dia, pois passam a noite acordadas.

Os espanhóis são muito calorosos. Eles dizem que somos inmejorables, uma palavra sem correspondente no português, e me comparam ao Ronaldinho. Fosse assim, poderíamos estar ganhando alguns dos milhões que pagam a ele. Assistimos Antonio Canales em "Gitano". Ele sim, é "imelhorável". Fomos também a uma tourada e  fiquei procurando de que lado ficava a torcida para o touro e, como não encontrei, fui embora.

Semana passada vivemos um momento histórico com a primeira apresentação bi-internacional da Mimulus. A gente aqui, na But/Madrid, e o grupo no Recreativo/Belo Horizonte. Nossa historiadora registrou o fato?

Estamos exaustos. Meu terno branco mudou de cor e a solidão dos camarins, antes e depois de cada apresentação, é de matar. Sinto inveja dos que dançam despreocupadamente. Na But, toda as noite, quando eu já estava indo embora, tocavam Adios Nonino. Eu não resistia e dançava.

Quando chegamos em Paris, achamos que estavam construindo uma outra torre, a de Babel. Participaram do festival italianos, argentinos, nós... e o diretor era francês. Até compreendermos o que ia acontecer foi uma luta. Depois vieram os ensaios e eu compreendi porque tinha tanta gente para nos ajudar a limpar o suor e amarrar os sapatos. É que, no final, já não conseguíamos mais fazer nada disso de tão cansados. Nunca ensaiamos tanto. Ficamos no camarim número 5. O de número 3 era usado por Edith Piaf. No final, tudo deu tão certo no teatro lotado, bem no Arco do Triunfo (onde Gardel cantou tangos pela primeira vez), que nos emocionamos. Depois vieram as fotos. Numa delas estamos ao lado de uma pessoa de Madagascar, uma das Filipinas e outra de Portugal, nos mostrando que o mundo ficou pequeno. Hoje ainda demos aulas e agora estamos no aeroporto de Orly, embarcando de volta. É bom despedir falando "até amanhã".
 

Jomar

CARTAS E E-MAILS


"Dear Jomar e Juliana
It was wonderful seeing you dance at the London Lindy Hop Festival (now it seems so long ago!). I was just looking at the enclosed newspaper clipping of the event, and it reminded me of you and so I thought I would take a moment to send my greetings to you both... We hope you are keeping busy and dancing up a storm".
Simon Selmon - The London Swing Dance Society

"...desenvolvemos o ensino da técnica clássica em São Luiz e temos criado trabalhos nos estilos clássico e contemporâneo. Temos interesse em nos manter informados sobre tudo que acontece em relação à dança. Tivemos referência da Mimulus através de anúncio no informe "Dança Brasil", o qual nos recomenda a reportagem de capa do exemplar número 2 do "Mimulus em Movimento". Ficaremos gratos em recebê-lo, assim como os outros números".
Myriam Marques e Rodrigo - São Luiz do Maranhão

"Vim para elogiar o belo trabalho "Especial" - indicações/músicas ("Mimulus em Movi-mento" nº 03). Continuará? Gostaria de ouvir a opinião de outros monitores e desejar sempre muito sucesso".
Mauro Fernandes L. L. Souza - Belo Horizonte

"Gostaríamos de cumprimentá-los pelo excelente jornal e agradecer por tê-lo recebido e pedir que nos encaminhem os próximos números".
Escola de Dança Primeiro Passo - Belo Horizonte

"Parabéns pela Mimulus e pela idéia brilhante do jornal Mimulus em Movimento".
Edna e Sebastião - Belo Horizonte

"Saudades. Parabéns pelo sucesso. Continuem enviando-me o jornal, pois é um pra-zer recebê-lo".
Paulinha Lima - Belo Horizonte

"Minha filha Helena e eu, que amamos a dança, recebemos o jornal e a fita de vídeo 'Ensaios'. Obrigada".
Maria de Lourdes Gouvea - Florianópolis

"Gostaríamos de parabenizá-los pela excelente publicação, de muitíssimo bom gosto e bom padrão editorial e gráfico".
Marco Antônio Lemos Perna - Agenda da Dança de Salão Brasileira
http://maperna.com.br/dance/agenda

"Gostaria que me enviassem cinco exemplares de uma vez, já que todo mundo quer ler e eu fico vigiando para não sumir o meu exemplar. O jornal de vocês é para guar-dar, pois resulta de excelente pesquisa".
Roberto César Coelho - Brasília, DF

"A capa é linda, o conteúdo é ótimo, o fax sensacional"!
Cláudia Oliveira Santos - Santo Antônio do Amparo, MG

"Escrevo para parabenizar o trabalho que vocês fazem com o tango. Atualmente me dedico ao filme de Carlos Saura "Tango", onde trabalho como assistente do coreógrafo Juan Carlos Copes. Também estou fazendo apresentações em Casablanca. Espero visitar o Brasil em agosto".
Antônio Soares Cervila Júnior - Buenos Aires, Argentina

EXPEDIENTE


Mimulus em Movimento
Publicação bimestral da Mimulus Dança de Salão
Diretora responsável: Baby Mesquita
Jornalista responsável: Antônio C.de Oliveira - Mtb 3425
Fotografias: Jomar Mesquita
Distribuição: gratuita
Proibida a reprodução total ou parcial do material publicado, exceto quando autorizada pelo diretor.