Notas

 Polêmica do Recife (5)

Léo Camargo

Sobre o que falou Carlinhos de Jesus, que por sinal admiro muito, tenho a comentar o seguinte: em competição de dança de salão o passo aéreo é válido, desde que seja feito na hora certa, sem excessos, com bom senso, enfim bem feito para não prejudicar a coreografia. Obs.: sou professor e coreógrafo da Academia Dançarte Aline Bitate e já fui jurdo em alguns festivais, inclusive na Bolívia, ao lado de Marcelo Cirino, do Dança de Rua do Brasil (Santos). Tenho 29 anos e desde os 15 vivo nesse mundo da dança.

Polêmica do Recife (6)

Marcos Antonio Inacio de Oliveira Filho

(De Recife)

III Campeonato Nacional de Dança de Salão. Evento interessante, porém que pode e precisa melhorar bastante. Carlinhos de Jesus queixou-se dos malabarismos na dança. Concordo com sua crítica. Não posso afirmar se isso é correto ou não, nem tampouco se atrapalha a criatividade dos competidores. O excesso de malabarismos dá características circenses à dança e isso não é seu objetivo. São pessoas tão preocupadas em mostrar que sabem muitos passos, que esquecem do principal: sentir a música e deixar que ela guie seus movimentos. Os competidores não demonstravam prazer em dançar e isso posso afirmar, pois competi e vi os rostos dos demais competidores quando dançavam. Ao levantar questões como as diferenças entre baile e competição, ou sobre a aplicação de regras, posso afirmar que as regras facilitam o julgamento da dança. Mas teriam que existir regras que controlassem excessos, e inclusive a vulgaridade. É apelativo e deprimente ver dançarinas deixando a mostra a calcinha. A dança está aceitando valores impostos pela sociedade e que banalizam o corpo. Não creio que seria monótono controlar um pouco mais as apresentações. Voltando aos malabarismos, acho que é possível realizar passos mais "visuais", que chamem mais a atenção, sem que isso descaracterize a dança de salão. As regras apenas podariam tais excessos, e não a criatividade dos dançarinos. Vejamos se o próximo campeonato melhora e evita os "coleguismos" e jurados despreparados e que nada entendem de dança de salão. E viva a dança de salão brasileira!

Dance encerra aqui a série Polêmica do Recife, agradecendo a todos os participantes pelo debate salutar e democrático.

Milton Saldanha

Jornalista

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