Notas

A polêmica de Recife (2)

Emílio Ohnuma

Apesar de achar importante a existência de campeonatos das diversas modalidades esportivas, acho que a dança de salão, bem como seus profissionais, não estão devidamente "orientados" para analisar competitivamente a dança. Não estou afirmando que os profissionais não estão capacitados, mas sim que para haver uma competição deve existir também grande preparação, com divisões de categoria, regras rígidas, movimentações previamente estipuladas, etc. Só assim se poderá comparar duas coreografias e o desempenho dos seus dançarinos. Hoje, a competição na dança de salão é como perguntar se é mais gostoso um sorvete de morango do que um de chocolate.

Na dança internacional existem regras bem definidas, que possibilitam analisar os competidores em sua harmonia de casal (cumplicidade), postura, equilíbrio, desenvoltura, forma, elegância e outros itens mais. Por quê? Porque todos os dançarinos devem fazer o mesmo percurso e as mesmas movimentações, criando assim condições para comparações técnicas. Isso é bem diferente de simplesmente analisar por simples "gosto e sabor".

Em determinadas situações considero que a competição na dança mais cria rivalidade e distanciamento entre dançarinos e profissionais. Sou mais adepto da reunião de diversos dançarinos para uma mostra de dança, com intuito de trocar informações e buscar atualização. Buscamos arduamente a união dos amantes da dança, através das associações, e fazemos o oposto com as competições. Temos que lembrar que não são somente as pessoas mais "experientes" que podem nos ensinar. Muitas vezes aprendemos com pessoas menos experientes.

Sobre as afirmações de Carlinhos de Jesus, que criticou alguns competidores do Campeonato do Recife, afirmando que "malabarismos estão tomando o lugar do simples ato de dançar", concordo. Mas tudo isso é somente minha opinião.

Atenção: Quem quiser opinar sobre o tema pode mandar fax ou e-mail, com nome completo e fone para contato. Os comentários devem ser em linguagem clara e direta, e não podem ser longos. A Redação se reserva o direito de não publicar textos que fujam destas características. Resumo para entendimento: No 3º Campeonato Nacional de Dança de Salão, em Recife, Carlinhos de Jesus criticou publicamente os dançarinos que fazem malabarismos, mesmo sendo uma competição. Dance sugere as seguintes perguntas para reflexões: Isso é correto? Não prejudica a criatividade e a ousadia dos competidores? Um campeonato não é diferente de um baile? Não seria monótono ver uma competição dentro dos critérios de comportamento de um baile? É possível conciliar malabarismo com elegância? Se arte é criação infinita e inédita, é possível fazer arte seguindo regras, que por definição são limitadoras? O que você acha? Mostre que você é tão bom pensando quanto dançando. Mande sua opinião e uma boa foto para publicação.

Milton Saldanha Jornalista

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