Abril/1997

Jaime Arôxa

conquista o mundo


Jaime Arôxa, em abril comemorando mais um aniversário, não é apenas um dos mais premiados professores, dançarinos e coreógrafos do país, um nome de projeção internacional. Jaiminho é, antes de tudo, um amante da dança de salão. É esse sentimento que o impulsiona no sentido de nos brindar com shows e apresentações memoráveis, e com a promoção de importantes eventos, como é o caso do Encontro Internacional de Dança de Salão (de 26 de julho a 2 de agosto, no Hotel Glória, Rio). Nesta entrevista, Jaime Arôxa aborda esse tema e faz comentários dignos da reflexão de todos.

- O que o motivou a realizar um evento nos moldes e da importância do Encontro Internacional de Dança de Salão?

- O motivo foi a vontade de ver, no Brasil, uma dança de salão mais desenvolvida com os apectos universais, da necessidade que eu achei que tinha de compreender melhor a dança no mundo, não apenas a forma de dançar, como também a didática, a forma de ensino, de expressão, de musicalidade, enfim, tudo o que envolve a dança no mundo inteiro. O profissional de dança teve uma chance, há dois anos, de ver de perto o que acontece, no mundo, na dança de salão.

- Qual o balanço que você faz do primeiro encontro?

- O balanço é positivo e o lucro, abundante; não o lucro financeiro, mas o lucro do prestígio perante os interessados em dança de salão no Brasil inteiro, por causa da qualidade da organização, da vontade que nos imbuiu de fazer o melhor possível. E, claro, quem participou também lucrou, pois foi imenso o aprendizado que tiveram ali. Cada uma daquelas pessoas certamente guarda em si uma lembrança eterna, porque foi um encontro, acima de tudo, emocional, um encontro entre pessoas que dançavam em diferentes lugares e que ali, em dez dias, pareciam velhos amigos. Foi muito, muito legal. "Teremos Kin e Cessi, campeões mundiais de dança de salão"

- Quais as presenças marcantes já confirmadas para o 2º Encontro?

- Teremos Kin e Cessi, campeões mundiais de l994 e l995, que, sem dúvida, formam um dos pares mais importantes do mundo da dança de salão. Eu acho importante que as pessoas vejam como é a dança de um campeão mundial, com uma realidade completamente diferente da nossa, que não se trata de dança de salão, se trata de dança esportiva, uma outra forma de dançar a dois. Teremos também professores da Itália, França, Cuba, Argentina etc. Teremos André Massaro, Daniel e Caty, da França, Luigi Marini, da Itália, Carida Rodriguez, de Cuba, entre outros.

"A receptividade ao 1ºEncontro foi excelente, mas no Rio poderia ter sido melhor"

- De que requisitos você se utiliza para relacionar os palestrantes e dançarinos que compõem a linha de frente do 2º Encontro?

- São pessoas do meu conhecimento e de minha confiança, além do casal de campeões, cujo título e a própria história de sua dança avalisam o meu convite. Também os próprios professores da minha equipe vão estar à frente junto comigo. Teremos, ainda, as presenças de Jô e Mileide, pernambucanos, professores de forró que são, na minha opinião, os melhores do gênero no país.

- Qual a receptividade que tem o evento junto aos profissionais brasileiros de dança de salão?

- É excelente a receptividade entre os profissionais de todo o Brasil. Porém, eu acho que no Rio, que é onde o Encontro se realiza, a receptividade deveria ter sido muito maior no 1º Encontro. Mas acredito que, no 2º Encontro, os profissionais de dança do Rio vão entender muito melhor a mensagem.

- Qual a sua expectativa em relação ao 2º Encontro?

- Acho que o 2º Encontro vai ser melhor ainda, porque todos os que lá estiveram viram a importância de terem participado e falaram para outras pessoas do que aqui aprenderam.

- Como você vê a inclusão da dança de salão nas próximas Olimpíadas?

- É muito importante que se comece a diferenciar o que é dança de salão e o que é dança esportiva. A dança de salão nunca vai entrar nas Olimpíadas, o que vai entrar é a dança esportiva, que nós não temos no Brasil, e que eu estou desenvolvendo agora, com a minha companhia de dança. Mas isto nada tem a ver com meus alunos nem com minhas aulas, pois trata-se de um departamento isolado. Tanto que eu estou propondo a criação de uma Federação de Dança Esportiva, para o desenvolvimento desta dança aqui no Brasil.

"Quem receber o troféu Dance in News, tem que fazer jus a ele"

- Como você vê o "Troféu Dance in News - Passos de Ouro", uma iniciativa voltada para homenagear, em diversas modalidades, aqueles que mais se destacaram na dança de salão?

- Eu acho de excelente valia, e o momento é muito propício para premiar pessoas que realmente correm atrás, estudam, desenvolvem e trabalham para erguer a dança de salão. Acho que tem bons e maus profissionais. Penso que cada profissional deveria refletir mais sobre o seu prórpio desempenho e reconhecer que, para ser professor, tem que se reciclar e aprender eternamente. Isto é o mais importante. Pode observar que o profissional que não trabalha legal não aprende também. Ele não sabe aprender, só sabe dançar ou só ensinar. Então, se todos os professores fossem também alunos, a dança de salão cresceria mais. E este destaque com o Troféu Dance in News vem dar o estímulo para quem o recebe, e este estímulo não pode ser desperdiçado. Quem receber o "Troféu Dance in News" tem que fazer jus a ele.


Hosted by
Agenda da Dança de Salão Brasileira