MATÉRIAS


CIA AÉREA APRESENTA HOMENAGEM À LAPA


Arredores da Lapa é uma parceria da Cia Aérea de Dança com o Teatro João Caetano, Teatro Carlos Gomes, Prefeitura do Rio de Janeiro e Rioarte para a difusão da cultura carioca e revitalização do Centro do Rio, mais especialmente o corredor cultural da Lapa. Com direção geral e coreografia de João Carlos Ramos, tendo como argumento a trajetória histórica da Lapa e sua representatividade no cotidiano e arte carioca, o programa reúne espetáculo teatral e exposição de fotografias.

O espetáculo traz dez bailarinos em composições coreográficas que retratam a Lapa em quatro fases: Origem – o nascimento do bairro e a implementação do carnaval, Memória – lembrando personalidades e arquétipos, Urbano – uma referência ao povo carioca e Inspiração – que apresenta a Lapa como berço da Cia Aérea e motivo de sua vocação para resgatar e defender o samba – dança. A trilha sonora conta com músicas de Pixinguinha, K-ximbinho, Paulo Moura, Tom Jobim e Alfredo Galhões.

No saguão dos teatros serão expostas 10 fotografias de Publius Vergílius e Geraldo Melo, tendo como motivo a Lapa e sua tradição. .A Cia Aérea pretende formar monitores, pelo projeto social “Asas para Voar”, que guiariam o público na leitura das imagens.

Arredores fica em cartaz de 10 de novembro a 02 de dezembro, no Teatro João Caetano, com apresentações aos sábados e domingos sempre às 17:00h.


DANÇA NA CAIXA


O “Movimentos de Dança na Caixa”, realizado pelo Centro Internacional de Cultura e Informação Tápias, trouxe para a cidade entre os dias 11 e 21 de outubro farta gama de apresentações, fóruns e debates. Uma oportunidade de intercâmbio, aprendizado e circulação muito valorizada pelos bailarinos. Um dos blocos que integram o evento, a Plataforma para o “Rencontres Coreographiques” já rendeu convites ao GRN (Grupo de Rua de Niterói) e aos paulistas da Cia 2 Nova Dança para levarem sua arte à importante mostra de dança que acontece em Seine-Saint-Denis, na França. Mas este pode não ser o resultado final, Anita Mathieu, diretora do “Rencontres”, não descarta a possibilidade de convidar também outras companhias entre as que viu aqui.

No módulo competitivo, foram destacados 38 trabalhos e 14 receberam prêmios especiais: Melhor Grupo - Projeto Rua em dança; Escola Destaque - Petite Danse; Melhor bailarino - Welington Gomes; Melhor Bailarina - Georgia Klier e Nina Botkay; Bailarino Revelação - Gabriel Solano; Bailarina Revelação - Flora Del`Rey; Melhor Coreógrafo - Washington Cardoso; Coreógrafo(a) revelação - Andrea Dias; Melhor Figurino - Grupo Escola Altamente Dance com "Entropia"; Trabalho da etapa I – destaque - Grupo com-passos com Piui lá vai o trem; Trabalho da etapa II – destaque - Cultura de Rua cia de dança - Litlle Dancers

Trabalho da etapa III – destaque - Companhia de Rua de Niterói – I.A; Trabalho da etapa IV(profissional) – destaque - Uma barata só faz verão – Clébio Oliveira; Trabalho da etapa V(inédita) – destaque - Medley – Spoudaios cia de dança

Convidamos Flávio Sampaio, diretor do Colégio de Dança do Ceará e coordenador da cadeira de dança da Universidade Gama Filho, em Fortaleza para fazer uma análise geral do concurso, ele nos brinda com uma reflexão inteligente e oportuna que vale a pena conhecer:


O FESTIVAL DE DANÇA DO RIO DE JANEIRO


O grande mérito dos Festivais de Dança, é reunir em um só espaço, bailarinos e criadores de diversas tendências artísticas. A dança brasileira aprendeu muito nestes festivais. São eles os responsáveis pelo grande desenvolvimento técnico e artístico dos nossos bailarinos nos últimos anos, divulgando novas técnicas e novos talentos, informando e até formando professores e bailarinos de todos os cantos do país.

Claro que há senões; o fato dessas informações só circularem numa mesma esfera, amadora, faz com que a qualidade muitas vezes fique aquém do ideal. O ato de ser competitivo e a delegação de poder a um júri às vezes não capacitado, leva a distorções, principalmente quanto a interpretação equivocada dos verdadeiros valores da dança.

O Festival de Dança do Rio de Janeiro, já na sua décima quarta edição, se mostrou extremamente bem organizado, preocupado com o lado negativo da competitividade, criando nova conceituação que possibilite ao júri a escolha de um grupo de “melhores’ entre os que se apresentaram, evitando com isso que ocorra injustiças e exclusões. Claro que ainda está em processo de experimentação.

Dividido por estilos, mostrou também a dificuldade que coreógrafos e diretores têm em classificar seus trabalhos em determinados estilos como “dança contemporânea” e “dança teatro” por exemplo.

Algumas apresentações surpreenderam, até por serem de autoria da novíssima geração de criadores. Artistas que deveriam ainda estar no palco, exercitando essa dança em seu próprio corpo, mas, que já criam mesmo sem passar por experiências fundamentais. Coreografar, ao meu ver, requer conhecimentos e habilidades que nem sempre se aprendem em uma academia de dança. Mais que saber demarcar movimentos, requer um certo conhecimento sobre cultura universal, estética, psicologia, algumas regras do uso cênico, um pouco da história, filosofia não faz mal, pesquisar muito as diversas possibilidades do corpo, noções de dramaturgia e até algum conhecimento sobre técnica de dança se for possível. E depois de tudo isso, sem sensibilidade e talento não tem graça nenhuma. De qualquer forma também pode ser uma experiência positiva, já que estão exercitando a criatividade.

A noite de “trabalhos inéditos” revelou bailarinos e criadores já muito próximos a profissionalização, como Clébio Oliveira, um ser investigativo e bem humorado. Andréa Dias, uma grata surpresa, musical, dinâmica, utilizando muito bem os espaços cênicos; desenvolveu uma coreografia que caiu como uma luva no seu jovem elenco. Em “Quase Normais”, Georgia Klier consegue ser criativa numa dança de bom gosto, frescor e excelente direção artística. Aliás reparando bem, o festival foi pontuado por excelentes coreografias vindas do ballet Carlota Portela, o que mostra que a determinação de incentivar novos criadores de sua diretora é com certeza importantíssima para o desenvolvimento da dança no Rio de Janeiro, um exemplo para outros diretores que preferem dominar as direções coreográficas de suas escolas, sem lembrarem que isso também faz parte da educação de seus alunos.

Outra noite de grande sucesso foi a dedicada à Dança de Rua, que é na minha opinião, um dos mais importantes fenômenos culturais surgidos no mundo nos últimos tempos.

Nascida nos Estados Unidos, em bairros negros e latinos na era pós Vietnã, ganhou adeptos em todo o mundo e ganhou em vários países outras características culturais. Excelente como veículo de transformação e inclusão social, pode dar uma enorme contribuição para a quebra de preconceitos à presença do homem na dança e a inclusão de novos bailarinos na arte cênica, quando muitos descobrem, ainda cedo, a necessidade de investirem num aprendizado de técnicas acadêmicas.

Apresentações excelentes do Grupo de Rua de Niterói, H3S – Hip Hop High School, Projeto Rua em Dança e Street Santos Anjos, técnica e uma transformação cultural já à vista.

Na noite dedicada ao ballet clássico foi muito bom constatar a renovação da dança clássica carioca, bailarinos ainda muito jovens, já apresentando uma técnica brilhante, limpa, com bom estilo, conscientes de sua atuação e revelando uma grande preocupação com a qualidade de suas performances, desprezando aquele gênero circense tão comum em festivais competitivos de algum tempo atrás. Só reparei que ainda estão demasiadamente presos ao repertório romântico.

Nos ballets de repertório falta-lhes um pouco da curiosidade pelo conhecimento histórico, da antropologia do gesto, entender o movimento também pelo conceito estético e social. O que se justifica pelo fato de não termos vivido os processos culturais europeus do século XIX.

Flávia Carlos, ainda muito jovem, é com certeza uma grande promessa para o nosso ballet clássico, técnica firme, linhas bem trabalhadas, presença cênica natural de quem gosta do palco. Wellington Gomes, um lindo bailarino, carismático, excelente técnica, falta-lhe ainda domínio corporal nos movimentos acrobáticos. André Baeta e Flávia Carlos apresentaram-se lindamente no pas de deux de “O Corsário”. Não conseguem no entanto, estabelecer uma relação com os personagens, fato bastante comum quando da apresentação de trechos coreográficos extraídos de grandes ballets de repertório. Flora Del Rey, na variação do 3º ato de “D. Quixote”, demostrando boa técnica, com elegância não muito comum para garotas de sua idade. Aline Campos, no pas de deux de “D. Quixote”, técnica limpa, linda, com luz própria. Atrapalhada somente pelo monstruoso tutu. Nina Botkay, segura, com técnica limpa e brilhante foi muito bem em “Diana e Acteon”. Bruno Rocha, um talento muito especial. Alfonsina Sotelo, boa solista, atrapalhada pelo físico difícil. Carolina Provenza, em “Hunt”, valorizou muito a linda coreografia de Silvana Biselli. Nos grupos destacaram-se “Cena Campestre” delicada coreografia de Jorge Teixeira e muito bem dançado pelo grupo de crianças. “Suite Espanhola” e “Ninfas de Diana” de Heron Nobre, mostraram um talento especial e conhecimento estético do coreógrafo para trabalhar com a técnica acadêmica, tão carente de novos criadores aqui no Brasil.

De parabéns a organização e todos os envolvidos.


Flávio Sampaio



BAGACEIRA NO NORDESTE


Com direção de Andréa Bardawil, coreografia e argumento de Valéria Pinheiro, “Bagaceira” é um espetáculo multi-facetado: apresentado em concepção teatral pela Cia Vatá (Companhia de Sapateado Valéria Pinheiro) é um musical com poemas de Ascenso Ferreira que servem de base para o trabalho de pesquisa de Valéria sobre os ritmos brasileiros revisitados pela arte do sapateado. Agraciado com o EnCena Brasil – MinC, “Bagaceira” faz em novembro sua turnê pelo nordeste: Recife - Teatro Apolo Hermilo (06 e 07); Maceió - Teatro Deodoro (09, 10 e 11); Crato-Ce - Mostra Cariri SESC de Teatro (13 à 18). Em dezembro, ainda em Fortaleza “Bagaceira” segue para o Teatro do Centro Dragão do Mar sempre às quintas. A companhia está em negociação com o Projeto Palco Giratório do Sesc, para realizar apresentações em turnê pelo Sul e Centro Sul, previstas para janeiro de 2002. Mais informações: Cia. Vatá - Rua Riachuelo, 720 – Papicu - Fortaleza – Ceará - 60.175-205 Tels. 55-85-234-5378, 55-85-9111-8659 ou 55-85-221-6117.


PANORAMA RIOARTE DE DANÇA 2001


Tudo começou há 10 anos. Em 1992, no Espaço Cultural Sérgio Porto, Lia Rodrigues assinava a direção artística do Panorama, um espetáculo inovador e arrojado em sua proposta de mostrar a dança contemporânea, trazendo dançarinos cariocas, mas ainda tímido e na verdade uma aposta.

Pois é, a aposta virou bilhete premiado: Ao completar dez anos o Panorama RioArte de Dança, com curadoria de Roberto Pereira, colaboração de Angel Vianna, Fabiana Britto, Nayse López e Sônia Sobral, e lógico, Lia Rodrigues, é um evento completo, que reúne estréias, espetáculos vanguardistas, tendências e experimentações da dança contemporânea nacional e internacional, e ainda mostra de vídeos e debates com jornalistas, coreógrafos, especialistas e estudiosos (platéia foyer).

Retornando ao ponto de partida, o Espaço Cultural Sérgio Porto e ainda o Teatro Carlos Gomes, 22 companhias e 87 bailarinos se apresentarão entre os dias 01 e 11 de novembro. A abertura, 31 de outubro é exclusiva para convidados. Artistas consagrados como Rosemary Butcher (Inglaterra), Thomas Lehmen (Alemanha), Boris Charmatz e Dimitri Chamblas (França) e a brasileiríssima Marcia Milhazes são alguns dos convidados que já confirmaram presença. Em seu programa principal, Panorama traz também Marcia Rubin, Esther Weitzman, Staccato, a dupla Ikswalsinats, Ana Vitória, Dani Lima e o Grupo de Rua de Niterói (RJ); Marta Soares (SP), Cia de Dança Burra (MG), Willi Dorner (Áustria), Gilles Jobin (Suiça/Reino Unido) e Compagnie à Fleur de Peau (França)

Em mostra paralela: “Corpo em Risco” uma proposta coordenada pela jornalista Nayse López de apresentações, discussões e vídeos onde o assunto é o corpo como mote para o estudo do social, do mundo, da realidade e do cotidiano. Violência urbana e erotismo são abordados. Maurício Dias e Walter Riedweg, com uma vídeo-instalação nos Arcos da Lapa e os trabalhos de Hooman Sharifi (Irã) e Alejandro Ahmed (Brasil) compõem a programação, que conta com debates ao fim dos espetáculos.

Já em “Novíssimos” a apresentação de 12 coreógrafos cariocas com trabalhos inéditos cumpre o objetivo de abrir espaço para novos talentos.

Patrocinado pelo British Council e pelo Itaú Cultural o “Ciclo de Videodança Itaú Cultural: Mostra British Council - Forward Motion” é uma coletânea de 25 vídeos cedidos por particulares e emissoras de tv que, dividida em três séries, abordam a dança contemporânea, coreógrafos, rumos, formação de público e companhias. Este trabalho e mais o vídeo “Perfis Contemporâneos” de Andrea Loureiro sobre a coreografia de Marcia Milhazes, formam a Mostra de Vídeos do Panorama que será apresentado por especialistas em dança.

O lançamento de três livros: “Práticas de Interculturalismo/ Practices of Interculturalism” palestras e discussões sobre o multiculturalismo compiladas por Mark Deputter; “Lições de Dança 3” textos e ensaios sobre dança organizados por Silvia Soter e Roberto Pereira e “Coreografia de Uma Década” de Adriana Pavlova e Roberto Pereira, patrocinado pelo RioArte, que conta a história do Panorama, dão o toque final ao evento.

Panorama Rioarte de Dança 2001 conta com o apoio da Prefeitura do Rio e parcerias com Aliança Francesa, British Council, Goethe Institut, Consulado Geral da França, AFAA – Association Française d’Action Artistique, FUNARTE, Itaú Cultural e SESC São Paulo e Festival Dança da Cidade/ Lisboa.


Acompanhe dia a dia, locais, horários e duração dos eventos:

Novembro, dia 1

T. Carlos Gomes - 20h. - Willi Dorner (Áustria) “Mazy” - 1h (Estréia nacional)

E.C. Sergio Porto - 22h - “A Paisagem Daqui é Outra” - Márcia Rubin - 30 min (Estréia Nacional). Lançamento do livro "Práticas do Interculturalismo" de Mark Deputter/Portugal


Novembro, dia 2

T.Carlos Gomes - 20h. - Thomas Lehmen (Alemanha) “Mono Subjects” - 55 min. (Estréia nacional)

E.C. Sérgio Porto - 22h. - Esther Weitzman Cia De Dança e convidadas “ Jamais fomos modernas” - 15 min (Estréia Nacional) e Grupo de Rua de Niterói - “Eu e meu coreógrafo no 63” - 25 min.

Arcos da Lapa- a partir das 23h. - Maurício Dias e Walter Riedweg - “...Because I Might Loose”


Novembro, dia 3

T.Carlos Gomes - 20h. - Márcia Milhazes Dança Contemporânea “Joaquim Maria” - 1h (Estréia Carioca)

E.C. Sérgio Porto - 22h. -“O Homem de Jasmim” - Marta Soares - 1h - Estréia carioca


Novembro, dia 4

E.C. Sérgio Porto - 15h. - “Os Novíssimos” apresentando:

“Desvios” - Coreografia e bailarinos: Cláudia Müller e Gustavo Barros - 10 min.

“Rendá” - Coreografia e Bailarinas: Ana Amélia e Gisela Camargo - 05 min.

“Vestido De Gaiola” - Coreografia e bailarino: Gera Diaz - 15 min.

“Faixas” - Pulsar Cia de Dança- Coreografia: Teresa Taquechel - 08 min.

“Na Esfera da Águia-Borboleta” Coreografia e bailarina: Cláudia Petrina -15 min.

“Fragmentos de um Tempo” - Coreografia e bailarina: Maíra de Souza e Patrícia Gomes -12 min.

“Estudos” - Coreografia e bailarina: Bia Gaspar - 12 min.

“Chance Meeting” - Coreografia e bailarinas: Flávia Meirelles e Micheline Torres - 09 min.

“Atitude”- Coreografia: Carlos Laerte - Bailarina: Carolina Saraiva - 12 min.

“Ciça Priscila e Maria da Praia” - Coreografia e bailarina: Verusya Correia -10 min.

“Reação” - Coreografia e bailarino: Márcio Cunha - 05 min.

“YO” - Coreografia e bailarina: Yäele Pemkhoss - 12 min.

T.Carlos Gomes - 20h. - Gilles Jobin (Suíça/Reino Unido) -“Moebius Strip”- 1h (Estréia Nacional). Platéia Foyer com a participação de Sílvia Soter, crítica de dança do Jornal “O Globo”


Novembro, dia 5

E.C. Sérgio Porto - 15h. - Vídeo Dança Itaú Cultural: British Council - Forward Motion -Dance Boom. Às 20 h. Corpo em Risco apresentando Impure Company - Hooman Sharifi - 45 min (Estréia nacional). Debate com Helena Katz (Profª. de Comunicação e Semiótica - PUC/SP e crítica de dança do Estado de São Paulo), Paulo Vaz (Prof. De Filosofia da UFRJ), Jailson de Souza (Prof. de Antropologia da UFRJ e diretor do CEASM) - mediadora: Nayse López


Novembro, dia 6

E.C. Sérgio Porto - 15h. - Vídeo Dança Itaú Cultural: Mostra British Council – Forward Motion -Prime Movers - With Emma Gladstone, The Place Theatre - London. Às 20h. Corpo em Risco apresentando Grupo Cena 11 Cia de Dança - Alejandro Ahmed - 15 min. Debate com Christine Greiner (Profª. de Comunicação e Semiótica - PUC/SP), Sócrates Nolasco (Psicólogo e escritor). Mediadora: Silvia Soter


Novembro, dia 7

T.Carlos Gomes - 20h. - Companhia “À Fleur De Peau” - Michael Bugdahn e Denise Namura (França) - “Retrospective en Duo” - 1h - Estréia nacional

E.C. Sérgio Porto - 15h. - Vídeo Dança Itaú Cultural: British Council - Forward Motion - Framing Ideas. Às 22h. Association Edna/Dimitri Chamblas e Boris Charmatz (França) - “À Bras le Corps” - 1h. Estréia nacional. Platéia foyer com Dimitri Chamblas / Boris Charmatz e Nayse López .


Novembro, dia 8

E.C. Sérgio Porto - 15h. - Vídeo “Perfis Contemporâneos" de Andréa Loureiro com a coreógrafa Márcia Milhazes

T.Carlos Gomes - 20h. - Association Edna/Dimitri Chamblas e Boris Charmatz (França) - “Aatt Enen Tionon” - 40 Min. (Estréia nacional). Platéia Foyer com participação da crítica de dança de O Globo, Sílvia Soter. Lançamento do livro Lições de Dança 3.


Novembro, dia 9

T.Carlos Gomes - 20h. - Companhia de Dança Burra – Marcelo Gabriel - “O Útero Cromosserial” - 75 min. (Estréia carioca)

E.C. Sérgio Porto - 22h. - Rosemary Butcher - “Scan” - 30 min. Palestra/performance sobre o novo “View from Vertical” e platéia foyer com Helena Katz


Novembro, dia 10

T.Carlos Gomes - 20h. - Dupla de Dança Ikswalsinats - Frederico Paredes e Gustavo Ciríaco - “ Mildred Mildred” - 30 min. (Estréia nacional). Staccato Companhia De Dança - “Palimpsesto” - 18 Min. - Ana Vitória Dança Contemporânea - “Asé” - 20 min.

E.C. Sérgio Porto - 22h. - Rosemary Butcher - “SCAN” - 30 minutos. Palestra/performance sobre o novo “View from Vertical” e platéia foyer com Helena Katz


Novembro, dia 11

T.Carlos Gomes - 20h. - Cia De Dança Dani Lima (RJ/Brasil) - “Vaidade” - 1h - (Estréia nacional)

Mais informações : Espaço Cultural Sérgio Porto - Rua Humaitá, 163 – Humaitá - Tel. 2266-0896. Teatro Carlos Gomes - Pça. Tiradentes , s/nº - Centro – Tel.: 2232-8701

O valor dos ingressos é um incentivo à parte: R$ 6,00 – classe, estudantes e maiores de 65 pagam R$ 3,00.



A Cia. de Dança Dani Lima encerra a programação, dia 11 no Teatro Carlos Gomes


CENTRO COREOGRÁFICO DO RIO DE JANEIRO – A DANÇA GLOBAL



A contar pela carta de intenções de sua diretora, a Sra. Regina Miranda, o Centro Coreográfico do Rio de Janeiro, fruto da parceria governo - Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro/ RioArte - Instituto de Cultura e Arte e iniciativa privada - Grupo Pão de Açúcar, será tudo e muito mais do que se espera de um centro cultural e artístico.

A proposta abrangente, coesa e coerente prima pela busca de intercâmbio, interação e partilha com a classe e sociedade em geral, pautando sua linha de atuação pelos anseios de dançarinos e públicos. Em outras palavras: Sai da postura clássica de dirigente “dono do poder e senhor de todas as decisões” para o trabalho em equipe, preocupado com resultados, metas e expectativas internas e externas à instituição. É um excelente começo.

Como primeiro passo a criação de um Conselho Consultor que pretende representar os vários segmentos da dança, garantindo a pluralidade de objetivos; o estabelecimento de parcerias nacionais e internacionais para o desenvolvimento dos projetos gráfico e de informatização, não deixando de lado o cuidado com a adequação da estrutura física do Centro e ainda a elaboração de planos de transformação social.

Uma das metas já traçadas é que quando da inauguração do Centro o programa de atividades esteja pronto para início imediato. Nada de novos e longos prazos. A dança vem em allegro.

Regina Miranda estabelece para o Centro perfil, missão e objetivos amplos, que garantem a diversidade, a presença incentivada dos novos e consagrados, dos praticantes e dos cientistas, das maiorias e minorias, dos consagrados e dos excluídos - estes assistidos e incentivados. Tudo isso em âmbito nacional e internacional, com forte apelo ao intercâmbio, a inovação e a correlação entre os vários segmentos e escolas. Tudo isso permeado pelo apelo de público e contexto educacional. É a dança em vivace.

As estratégias apontam para cinco grandes áreas: projetos artísticos multidisciplinares, com espaço para o experimental, o inovador e o tradicional, prevendo apresentações e atividades de estudo e discussão, com painéis, mesas redondas e fóruns. A concessão de bolsas de estudo, projetos de residências locais, nacionais e internacionais e a colaboração com outros saberes e artes também estão enumeradas. Em projetos de difusão ênfase é dada a prestação de serviços básicos de apoio e promoção, a internet como ferramenta de divulgação e troca, exposições de material de foto, vídeo e outros ligadas à dança, criação do site do Centro e parceria com publicações especializadas. Na área educacional, duas frentes: uma direcionada à formação, cativação e esclarecimento do público e outra no desenvolvimento do artista, participando da especialização e aprimoramento profissional. Há lugar para projetos comunitários com apoio para comunidades carentes e por fim, projetos de documentação com o Centro funcionando como memorial, vídeo biblioteca, centro e laboratório tecnológico. Ufa! É a dança em maestoso!

Em intenção o Centro Coreográfico será um espaço aberto à todas as manifestações, públicos, artistas e iniciativas de qualidade nesta arte. Em todas as cores, línguas e linguagens, povos e todas as tribos. Um palco global, globalizado e globalizante da dança.

É um desafio e tanto, mas o último parágrafo da carta distribuída pela Diretoria dá idéia da sua visão empreendedora e estilo de Regina Miranda: “Este conjunto de estratégias e ações estará sendo permanentemente discutido com o Conselho Consultivo e com todos os segmentos de Dança observando-se os critérios acima propostos.” Um grand finale. Bravo!!

A classe tem todo acesso para dar sua contribuição, mandar sugestões e expressar expectativas, pelo endereço eletrônico: reginamiranda@uol.com.br

A seguir, conheça os integrantes do conselho consultor e a íntegra do documento redigido por Regina Miranda sobre o Centro Coreográfico:


CONSELHO CONSULTOR


  1. RICARDO MACIEIRA- Secretário das Culturas do Rio de Janeiro

  2. FABIO FERREIRA- Diretor do Instituto Rio Arte

  3. ALBERTO BENZECRY – Diretor de Projetos do Instituto RioArte

  4. EDUARDO ROMERO - Representante do Grupo Pão de Açúcar

  5. Representante da Associação de Moradores da Tijuca

  6. ANA KFOURY- Atriz- Bailarina e Diretora de Teatro

  7. CARMEM LUZ- Coreógrafa, Diretora da Cia. Étnica de Dança e Teatro

  8. GISELLE TAPIAS- Diretora da Plataforma Brasileira para os Rencontres Choregraphiques Internationales de Seine-Saint-Denis/Diretora do Centro Internacional de Cultura e Informação Tápias

  9. ANGEL VIANNA: Coreógrafa e Mestra de Dança; Diretora do Espaço Novo e da Faculdade de Dança Angel Vianna

  10. TATIANA LESKOVA; Artista do Ballet

  11. ROSANGELA BERNABE: Coreógrafa e Terapeuta Corporal formada pela Universidade de Arras, na Franca, com Mestrado pela Unicamp; Especialista em dança em cadeira de Rodas

  12. DENISE TELLES; Atriz/bailarina e Diretora de Teatro/Dança; Mestra em Teatro pela Universidade Federal Fluminense; Estudos para Doutorado no Laban Centre – Londres

  13. CARLINHOS DE JESUS: Bailarino e coreógrafo; Mestre de Danças de Salão

  14. GILBERTO GAVRONSKY- Ator, Diretor e Professor de Interpretação

  15. EDINO KRIEGER: Compositor Musical e Maestro; Criador e Diretor da Bienal de Musica Contemporânea Brasileira; Atual Presidente da Academia Brasileira de Musica

  16. BETCH CLEINMAN: Escritora, Jornalista e Historiadora; Diploma de Altos Estudos em Ciências Sociais (Cinema e Historia); e Diploma de Estudos Aprofundados em Historia Contemporânea pela Universidade de Paris

  17. EMILIO KALIL: Produtor Cultural de Dança; Ex-Diretor do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e do Teatro Municipal de São Paulo; atualmente responsável pela Programação Paralela da exposição “Brasil500Anos”;

  18. ANA LUIZA MARINHO; Jornalista e Produtora Cultural

  19. ILANA STROZENBERG: Antropóloga e Pesquisadora; Mestre e Professora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

  20. AFONSO ROMANO DE SANT’ANNA: Poeta

  21. LUIZ ALBERTO SANZ – Doutor em comunicação social; Professor titular do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense/Programa de pós-graduação em Ciência da Arte e Coordenador do Grupo de Experimentação e Pesquisas em Linguagens Cênicas da ABRACE ( associação Brasileira de Pesquisa e pós-graduação em Artes Cênicas)





LINHAS DE AÇÃO PARA O

CENTRO COREOGRÁFICO DO RIO DE JANEIRO

Por Regina Miranda

Diretora do Centro Coreográfico do Rio de Janeiro



Graças à visão, entendimento e vontade política da Secretaria de Cultura do Município do Rio de Janeiro / RioArte – Instituto Municipal de Cultura e Arte, aliados ao compromisso de participação do Grupo Pão de Açúcar no desenvolvimento cultural do país e a longa demanda da classe de dança do Rio de Janeiro, nasce o CENTRO COREOGRAFO DO RIO DE JANEIRO, o primeiro centro construído especificamente para atividades de dança no Brasil e único, no gênero, em toda a América do Sul.


Este Centro será o emblema da dança do Rio, e, graças ao seu pioneirismo, deverá assumir o seu papel nacional e internacional, através da pertinência de suas propostas artísticas e dinamismo de sua atividades, que estarão fundamentadas na integração dos conceitos de inclusão, diversidade e qualidade artística, e no estimulo e exploração de novas idéias e aprofundamento das questões da dança contemporânea.


Favorecendo a emergência de novos talentos, auxiliando na consolidação da difusão das companhias independentes do Rio de Janeiro, acolhendo e relacionando-se com companhias e instituições de dança nacionais e internacionais, facilitando o acesso democrático as estéticas contemporâneas, através de uma multiplicidade de proposições artísticas, sustentadas por acompanhamentos pedagógicos e visão inclusiva, o Centro Coreógrafo estará participando da construção de um Brasil cultural, sintonizado as correntes artísticas mundiais.


Seu próprio prédio,inovador no aproveitamento de espaços urbanos e criativos em sua proposta arquitetônica, representará culturalmente um conceito de contemporaneidade e revitalização, tomando-se, certamente, uma nova referencia arquitetônica e cultural da cidade.


Os trabalhos de estruturação e implantação do Centro Coreógrafo começam imediatamente, ainda no ano 2001, com o aprofundamento e desenvolvimento das linhas de ação contidas nestes documento, através de consulta a artistas e entidades artísticas e culturais locais e nacionais (para isto já esta sendo criado um Conselho Consultor), de contatos nacionais e internacionais para estabelecimento de parcerias importantes para o desenvolvimento da programação, do desenho e implantação de seu website; de ações descentralizadas de transformação social; e do acompanhamento da construção do prédio para completa adequação dos espaços às atividades propostas.


Quando da inauguração do prédio, a programação do ano 2002/2003 deverá estar firmada para imediato funcionamento de todas as atividades.






O CENTRO COREOGRAFICO DO RIO DE JANEIRO


Ser um espaço vibrante de desenvolvimento, pesquisa, criação, documentação e difusão da arte da dança, aberto a todas as camadas da população, integrado ao movimento artístico e cultural do país e do mundo e fundamentado na integração dos conceitos de inclusão, diversidade qualidade artística, e no estimulo a exploração de novas idéias e aprofundamento das questões da dança na contemporaneidade.



O Centro Coreógrafo do Rio de Janeiro vê como sua responsabilidade;











CENTRO COREOGRAFICO DO RIO DE JANEIRO




ESTRATEGIAS DE AÇÃO



Os objetivos do Centro Coreógrafo deverão ser alcançados através da implementação de uma multiplicidade de programas e atividades que se cruzam e se complementam.


I - Projetos Artísticos

As atividades artísticas do Centro Coreografico do Rio de Janeiro estarão fundamentadas na integração dos conceitos de inclusão, diversidade e qualidade artística, e no estimulo a exploração de novas idéias e aprofundamento das questões da dança na contemporaneidade. Assim, o Centro pretende estimular e produzir ações de pesquisa, experimentação, criação e apresentação de espetáculos, instalações e outras formas de apresentação da arte da dança, incluindo seu relacionamento com a ciência e outras áreas.


Destacamos, entre outras atividades:


Através de palestras, cursos e workshops, mesas-redondas, seminários, fóruns e congressos, o Centro Coreográfico se compromete a ser um lugar de reflexão e experimentação de novas linguagem e visões artísticas contemporâneas.



O Centro Coreógrafo destinará 05(cinco) bolsas anuais para o desenvolvimento de projetos e/ou coreografias que ampliem o universo contemporâneo de dança, incluindo, mas não limitados a projetos colaborativos nacionais/internacionais, desenvolvimentos de coreografias digitais, coreografias e métodos que visem a inclusão de portadores de deficiência física, projetos interdisciplinares, coreografias e/ou projetos de dança na transformação social.



A integração entre artistas de diferentes áreas será estimulada visando à exploração de novas modalidades de trabalho, a investigação de conceitos interdisciplinares, o surgimento de uma pluralidade de estilos e abordagens e a difusão de obras híbridas, que tenham a dança como um dos elementos de criação.











a) Locais: através deste programa, reconhecidas companhias de dança da cidade do Rio de Janeiro e duas jovens companhias, escolhidas por projeto, terão prioridade para a utilização dos estúdios de ensaio por períodos a serem determinados, comprometendo-se a manter o espaço permanentemente aberto para a livre observação de seus processos de criação.


b) Nacionais e Internacionais: Visando o rompimento de barreiras geográficas, econômicas e culturais que impedem o acesso de artistas e público a outras culturas, artistas nacionais e internacionais estarão trabalhando com comunidades especificas em projetos de pesquisas e criação de dança. O Centro Coreográfico estará assim estimulando e participando da construção de uma teia de comunicação e fertilização cruzada entre artistas , organizações artísticas e comunidade internacional de dança.


Os projetos de residência poderão ocorrer tanto a partir de convites realizados pelo Centro, como através de projetos selecionados por um comitê consultor, composto por artistas e membros das comunidades envolvidas no projeto. O Centro contará com alojamento para artistas convidados.




O Centro Coreográfico pretende apresentar artistas inovadores e culturalmente diversos, e incentivar o acesso do público com à dança, através da apresentação de espetáculos e coreografias de qualidade, que contemplem uma população ampla, e que sejam compromissadas com a renovação e aprofundamento da linguagem de dança. O compartilhamento das visões artísticas dos coreógrafos, bailarinos e técnicos será um componente importante desta atividade.


II – Projetos de Difusão Artística

Um dos principais objetivos do Centro Coreográfico é servir aos artistas e técnicos de dança do Rio de Janeiro, oferecendo suporte, acesso e troca de informações.


Esta atividade será desenvolvida através de:










III – Projetos Educacionais


  1. Voltados para o público

Programas destinados a despertar o interesse e a aumentar o envolvimento do público no fazer artístico, educando populações diversas sobre o valor da arte na melhoria da vida cotidiana. Uma atenção especial estará voltada para criança, portadores de deficiência, e adultos de terceira idade, através de iniciativas que encoraje a participação na dança, como um meio de desenvolvimento artístico e integração social e psicofísica.


Serão desenvolvidas atividades e projetos de


  1. Voltados para o artista e técnico de dança

Programas que visem o desenvolvimento do artista e técnico de dança, oferecendo-lhe informações especializadas e estudos avançados da arte da dança, a renovação da linguagem e o intercâmbio de idéias entre coreógrafos, bailarinos, técnicos e produtores de dança. Estes programas serão desenvolvidos a partir de consultas previa aos artistas e técnicos do Rio de Janeiro, para melhor atender as necessidades da categoria.









IV – Projetos Comunitários


Através de projetos subvencionados de transformação social pela arte, o Centro Coreógrafo irá colaborar com artistas e organizações comunitárias e não-governamentais, conectando o artista com comunidades economicamente menos favorecidas.


V – Projetos de Documentação


1- Centro de Memória:


  1. Vídeo Biblioteca

A criação, manutenção e programação de um Vídeo-Biblioteca especializada, com documentos de espetáculos, aulas, conferencias, performances, será um importante meio de integração entre os diversos programas e uma ferramenta indispensável aos programas educacionais do Centro alem de também manter a dança presente nos espaços de relaxamento e lazer, bem como nos períodos anteriores e posteriores as apresentações.


  1. Relações entre Dança e Tecnologia






Este conjunto de estratégias e ações estará sendo permanentemente discutido com o Conselho Consultivo e com todos os seguimentos de Dança observando-se os critérios acima propostos