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JOINVILLE EM JULHO: CIDADE ESPETÁCULO, ARTE E TRABALHO
O Festival de Dança de Joinville, o
maior da América Latina em seu gênero, reunirá ao final
de julho cerca de 4000 participantes vindos de todo Brasil e alguns outros
países latino-americanos. O intercâmbio, a diversidade da
programação tanto dos cursos, como dos espetáculos,
o frenesi da competição, a oportunidade de exibir seu talento,
a boa estrutura e reputação de que goza o festival garantem
a participação de bons artistas e trazem a promessa de cativar
o público.
Entre as principais atrações do Festival, uma homenagem
especial ao bailarino e coreógrafo Jair Moraes
Para esta que será a 19a edição,
foram organizadas quatro noites com atrações especiais e
uma mostra paralela focando a dança contemporânea nacional.
A abertura brinda os espectadores com o virtuosismo de Cecília Kerche,
expoente de nossa dança e o talento do jovem Marcelo Gomes, um amazonense
que há oito anos era eleito revelação neste mesmo
concurso e hoje, solista do American Ballet Theatre, já detentor
de respeito e reconhecimento internacionais, retorna para dançar
o "Grand Pas-de-deux Cisne Negro". Fechando a noite, o Balé da Cidade
de São Paulo traz "Axioma 7", coreografia que expõe o estudo
do movimento na busca da integração entre o corpo que dança
e a música, e "Paixão" de Deborah Colker - criadora de espetacular
sucesso - que preparou esta montagem especialmente para a companhia. A
primeira Gala acontece dia 23, com toda a técnica da Cia de Dança
Jaime Arôxa trazendo trechos do show de dança de salão
"O Homem, a Mulher e a Música" e ainda o Balé de Rua, grupo
de Uberlândia que usa a dança de rua para falar de brasilidade
na peça “Vira-lata”. Na noite de 27 de julho, muita emoção
em uma homenagem especial ao bailarino e coreógrafo Jair Moraes
que se despede dos palcos este ano. Ele dançará "Treze Gestos
de Um Corpo" com 12 ex-partners suas: Heleonora Greca, Regina Kotaka e
Vânia Kesikowski, de Curitiba; Betina Dalcanali, Áurea Hammerli,
Norma Pinna e Nora Esteves, do Rio de Janeiro; Mônica Mion, Ivonice
Satie e Mara Mesquita, de São Paulo e ainda Karla Couto e Lina Lapertosa,
de Belo Horizonte. A coreografia criada por Olga Roriz mostra diferentes
emoções expressas no gestual humano. Por fim, a Companhia
de Dança de Minas Gerais apresenta "Entre o Céu e as Serras",
coreografia que aborda a formação do homem mineiro, resultado
de um longo período de reciclagem e pesquisa e que marca uma nova
fase do grupo.
Mostra Contemporânea é novidade
A maior novidade deste ano é a Mostra
de Dança Contemporânea, programação paralela
sem caráter competitivo, que apresenta o trabalho de grupos profissionais
valorizando a experimentação e a criatividade. Seis companhias
estarão presentes nesta edição:
Dia 24: O Grupo Cena 11, de Florianópolis,
abre a Mostra com "A Carne dos Vencidos nos Verbo dos Anjos", solo de 20
minutos, coreografado e interpretado por Alejandro Ahmed; a seguir a Companhia
Mário Nascimento, apresenta "O Trovador", criação
de Mário Nascimento.
Dia 25: Cia Ana Vitória de Dança
Contemporânea, em "1, Segundo", espetáculo com uma hora de
duração e coreografia de Ana Vitória. Na seqüência,
a carioca Tanzhaus Cia de Dança apresenta "Clarobscuro", de Toni
Rodrigues.
Dia 26: A Distrito Companhia de Dança,
de Ribeirão Preto, mostra "Duo" e "Dos Pés à Cabeça",
respectivamente coreografados por Armando Morais e Patty Brown. Por fim,
o grupo baiano Tran Chan dança "O que o olho diz ao cérebro",
de Betti Grebler.
Oportunidades de formação e empregos
O programa de cursos abre aos participantes
a oportunidade de ter aulas com profissionais de renome e notoriedade como
por exemplo Eliana Caminada, Flávio Sampaio, Jaime Arôxa,
Luís Arrieta, Steven Harper e Toshie Kobayashi, para só citar
alguns. São 16 opções de estudo, divididas em 52 turmas
e entre elas são novidade: Dança do Ventre, Forró
e Percepção Física. Os alunos que freqüentarem
um mínimo de três módulos terão direito a um
certificado de extensão universitária, concedido pela Univille
- Universidade da Região de Joinville, que tem convênio com
o Festival para a realização dos cursos. Complementando a
programação está prevista uma série de palestras
gratuitas abordando assuntos como marketing cultural e alimentação
adequada para bailarinos.
O Festival de Dança de Joinville acontece
de 18 a 28 de julho, tem orçamento superior a um milhão e
meio de reais, e mobiliza a cidade inteira, aquecendo o mercado turístico
e criando oportunidades de negócios e empregos. Este ano, somente
em posições direta ou indiretamente ligadas à organização
do concurso, estão envolvidas 400 pessoas. São patrocinadores:
Petrobrás, Athletic Way, Tim Telesc Celular e Marisol, o evento
conta ainda com o apoio de: Bradesco Seguros, Bogotur Transporte e Turismo,
TSA Viagem e Microsoft. A Univille apoia a realização dos
cursos, com promoção do Ministério da Cultura juntamente
com a Prefeitura Municipal de Joinville e Fundação Cultural.
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“EM CIMA DA HORA” PARA COMEMORAR VINTE ANOS
As estatísticas mostram que de cada
dez empresas que são abertas em nosso país, 07 não
conseguem ter saúde financeira para emplacar o terceiro ano de existência.
Por uma série de conjunturas, os empreendimentos na área
cultural são ainda mais difíceis de concretizarem-se e a
dança definitivamente não é das mais favorecidas.
Por isso a comemoração de vinte anos da companhia Vacilou
Dançou Carlota Portella é uma conquista de respeito.
A companhia passou por várias mudanças
neste período, inclusive adotando a linguagem contemporânea
de dança em substituição ao jazz que caracterizava
o grupo em seu início. A capacidade produtiva e a qualidade do trabalho
são marca da coreógrafa Carlota Portella que já tem
um novo espetáculo pronto para estrear no próximo dia 02
de agosto.
Batizado de "Em Cima da Hora", o programa
traz duas peças inéditas: “Um Sopro d’Ela” é a criação
de Carlota Portella que abre a cena com inspiração na obra
de Clarice Lispector e trilha musical especialmente composta por Fernando
Moura. Em seguida, a peça do premiado coreógrafo Mário
Nascimento “Diga-me que horas são, para saber que existo” que conta
com trilha sonora de Fábio Cardia e vem refletir sobre a corrida
desumanizante contra o tempo e a necessidade de reencontrar a essência
humana apesar das premências da vida moderna.
Em Cima da Hora estará em cartaz de
02 a 12 de agosto no Teatro Nelson Rodrigues, no Centro Cultural da Caixa.
Os preços são populares e o espetáculo tem como patrocinadores
a Prefeitura do Rio de Janeiro, FINEP, Leite de Rosas e Caixa Econômica
Federal.
Teatro Nelson Rodrigues tel. 262 5483 ou 262
0942. Sessões de quinta a sábado – 21h e domingos – 19h.
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KIROV BRINDA O BRASIL COM NOVA TURNÊ
O Ballet Kirov, retorna ao Brasil nos meses
de agosto e setembro para uma extensa turnê, na qual a companhia
que é uma referência de balé clássico no mundo
apresenta três coreografias do seu vasto repertório: o imortal
balé “O Lago dos Cisnes”, “O Corsário” peça
do século XIX assinada por Jules Perrot e Marius Petipa com base
em poema homônimo do inglês Lord Byron – pela primeira vez
apresentada aqui em sua versão completa - e “Manon”, criação
de Kenneth MacMillan estreada pelo Royal Ballet em 1974 no Covent Garden
londrino. Inédita para o público brasileiro é uma
obra-prima com belos pas-de-deux e grande conteúdo dramático.
A companhia russa, atualmente dirigida por
Makhar Vaziev, que substituiu o todo-poderoso Oleg Vinogradov e de onde
surgiram ícones como Rudolf Nureyev, Nathalia Makarova e Mikhail
Baryshnikov desembarca com um total de 260 bailarinos, entre eles uma lista
de talentos consagrados para se revezar nos papéis principais: as
estrelas Janna Ayupova, Maya Dumchenko, Uliana Lopatkina, Yulia Makhalina,
Diana Vishneva e Svetlana Zakharova e os astros Viktor Baranov, Andrei
Iakovlev, Yevgeny Ivanchenko, Farouk Ruzimatov, Vyacheslav Samodurov e
Igor Zelensky. Artistas que por sua técnica e virtuosismo tornam
imperdível esta nova turnê do Ballet Kirov.
Serviço
Rio De Janeiro – Theatro Municipal:
1 e 2 / 08 – Manon – 20:30
3 / 08 – Gala regular performance – 20:30
4 / 08 – O Corsário – 21:00
5 / 08 – O Corsário – 17:00
Belo Horizonte - Palácio Das Artes:
8 e 9 / 08 – O Corsário – 21:00
10 e 11 / 08 – Manon – 21:00
12 / 08 – Gala regular performance –
horário a confirmar
Brasília - Sala Villa-Lobos:
14 a 16 / 08 – Manon – 20:30
Recife - Teatro Guararapes:
19 e 20 / 08 – Gala regular performance
– horário a confirmar
São Paulo - Credicard Hall:
23 / 08 – O Corsário – 21:30
24 e 25 / 08 – O Corsário
– 22:00
26 / 08 – Gala regular performance –
17:00
Porto Alegre - Teatro Sesi – (espetáculo
a confirmar)
28 / 08 – - Gala regular performance – horário
a confirmar
São Paulo - Credicard Hall:
30 / 08 – Lago dos Cisnes – 21:30
31 / 08 – Lago dos Cisnes – 22:00
1 / 09 – Lago dos Cisnes – 22:00
2 / 09 – Lago dos Cisnes – 17:00
Vendas através do
Disque Dellarte (21) 558-3733 / 568-8742
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SAMBA PARA EXPORTAÇÃO
Domingo, dia 24 de junho, vários dançarinos
e professores de dança de salão que atuam no Rio de Janeiro
reuniram-se a fim de discutir a possibilidade de criar uma cartilha de
movimentos do samba para ser apresentada às federações
internacionais de dança esportiva.
Os paulistas Fábio Bonini e Danielle
Areco que realizaram recentemente um concurso de dança esportiva
no Rio de Janeiro foram os organizadores do encontro. Vivendo nos Estados
Unidos eles são entusiastas desta variante da dança social
e acreditam que a inclusão do samba brasileiro nas competições
internacionais seria uma estratégia eficaz para a divulgação
de nossa dança (realmente ignorada fora do país). Registre-se
que atualmente os grandes campeões de samba esportivo são
os ingleses, que apesar do nome, dançam com movimentos e ritmo totalmente
estranhos ao nosso samba.
Fábio e Daniele apostam nesta
empreitada para a criação de um vasto campo de trabalho para
os dançarinos brasileiros, posto que a dança de competição
tem, em todo o mundo, uma estruturada e sólida rede de federações
e eventos.
O casal dá testemunho da padronização
feita para que o tango argentino fizesse parte de competições
internacionais, uma vez que o tango internacional e o norte americano,
a exemplo do samba dançado por eles, não têm compromisso
com a genuína expressão destas danças em seus países
de origem. Os profissionais norte-americanos têm se mostrado abertos
e extremamente interessados nas manifestações latinas e há
cerca de cinco anos incluíram a modalidade tango argentino em seus
eventos, tanto aqueles organizados pelo (NDCA – National Dance Council
of America) de caráter mais conservador e purista, como o (USIDC
– United States International Dance Council) mais liberal.
Em São Paulo, onde a dança esportiva
encontra maior eco, existe uma federação chamada FEDESP –
Federação de Dança do Estado de São Paulo,
e será através deste órgão que a cartilha do
samba será encaminhada às congêneres estrangeiras.
Os profissionais paulistas também se reuniram para discutir o assunto;
o quorum não foi grande: pouco menos de dez presentes, entre eles
Fabiana Terra, Mara Santos, Vladimir Udilov e representantes das academias
Dançarte e Renato Mota. O pequeno número se justifica pela
pouca tradição da cidade no tocante ao samba, mas aqueles
que compareceram estão entusiasmados e dão apoio à
iniciativa.
A dança esportiva visa a realização
de competições e segue regras estritas (quem assistiu ao
filme australiano “Vem dançar comigo” pode fazer uma idéia
do estilo). Para fins de julgamento, os movimentos devem estar claramente
descritos numa cartilha, o “Syllabus”. Segundo Fábio e Daniele,
ela deve conter 10 passos considerados básicos, 10 intermediários
e 05 avançados além de algumas variações. A
proposta feita pelos dois – e que foi bem recebida – é que cada
escola crie a sua cartilha e que ao final todas sejam comparadas para criação
de uma única. A compilação ficaria a cargo de Danielle,
a mediadora do pedido de inclusão do samba no rol de danças
esportivas. A partir da aceitação desta petição
os profissionais deverão formar uma banca técnica para definir
as características exatas, preparar uma descrição
e o registro detalhado de cada movimento incluído.
Bob Cunha cedeu espaço em sua academia
para o encontro carioca, ao qual compareceram 25 profissionais, entre eles
Carlinhos de Jesus, Daniela Escudero, Flávio Miguel, Kilve, Luís
Florião, Marquinhos Copacabana, Rogério Mendonça e
Valdeci de Souza. Haverá uma reunião final dia 15 de julho
para recolher as cartilhas e o documento resultante será apresentado
em agosto à IDSF – International Dance Sport Federation – a confederação
internacional do estilo e também aos conselhos norte-americanos
NDCA e USIDC. Aqueles que desejarem participar do projeto podem contatar
Danielle e Fábio através do telefone (11) 99733379 ou endereço
eletrônico
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BALLET DE LONDRINA PERCORRE O BRASIL COM NOVO ESPETÁCULO
O Ballet de Londrina dirigido e coreografado
por Leonardo Ramos inicia sua temporada nacional na cidade do Rio de Janeiro
e até meados de agosto terá passado por sete cidades com
o novo espetáculo, que inclui as coreografias “Ethos” e “Nunca”,
com trilha musical especialmente composta por Henrique Bittencourt e Marco
Tureta e ainda as criações de 1997 “à Cidade” e “Elogio
à” revisitadas e trazendo uma ótica diferente da original.
“Nunca” foi concebida este ano sob a
influência da instabilidade na política cultural por que passou
Londrina e que chegou a ameaçar a existência da companhia.
O grupo faz um paralelo com a posição do país frente
à globalização, sentindo um eterno ranço do
colonialismo e usa do erotismo como forma de negação desta
situação: “o erotismo, último instinto humano ainda
autêntico e primitivo, que por ser comum a todos, nos faz náufragos
de um mesmo barco. Porém, ao mesmo tempo, nos preserva como indivíduos
e, portanto, culturalmente distintos.”
Esse enfoque gerou manifestações
de repúdio do vereador do PDT Jamil Janene, que foi à estréia
do espetáculo, mas ao ver o prospecto, se retirou antes da exibição
da coreografia “Nunca” e sugeriu: "certas partes mais fortes deveriam ser
tiradas. A arte não pode se misturar com cenas fortes". “Nunca”,
por outro lado, recebeu o apoio da Câmara de vereadores que aprovou
moção de congratulações ao Ballet de Londrina,
por iniciativa dos vereadores Beto Scaff, Elza Correia e Márcia
Lopes. (*)
O espetáculo tem preços
populares (R$ 6,00 e R$ 3,00 para estudantes e maiores de 65 anos), duração
de cerca de 1 hora e é recomendado para maiores de 16 anos.
Serviço:
Rio de Janeiro - RJ no Teatro Cacilda
Becker (Rua do Catete, 338 – Fone: 21-265-9933/Lotação: 127
lugares). De 28 a 30 de junho às 21 horas e 1 de julho às
19 horas.
Fortaleza - CE no Theatro José
de Alencar (Pç. José de Alencar, s/n - Fone.: 85-252 2324/Lotação:
788 lugares). Dias 4 e 5 de agosto às 20 horas.
João Pessoa - PB no Teatro Paulo
Pontes (Rua Abidias Gomes de Almeida, 800 Fone: 83-2249759/Lotação:
810 lugares) Dias 7 e 8 de agosto às 21 horas.
Natal - RN no Theatro Alberto Maranhão
(Rua Augusto Severo s/n Fone: 84- 2223669/Lotação: 660 lugares)
Dias 9 e 10 de agosto às 21 horas.
Recife - PE no Teatro do Parque (Rua
do Hospício, 81 Fone: 81- 34236044/Lotação: 946 lugares)
Dia 13 de agosto às 21 horas.
Salvador - BA no Teatro Castro Alves
(Pç Dois de Julho s/n Fone: 71-3398000/Lotação: 1.554
lugares). Dia 15 de agosto às 21 horas.
Belo Horizonte no Teatro do SESI -
MINAS (Rua Alvares Maciel, 59 Fone.: 31- 32417132/Lotação:
684 lugares) Dias 18 de agosto às 21 horas e 19 de agosto às
19 horas.
(*) Fontes: MENECHINO, Walter Tele.
Jornal de Londrina. 14/062001(quinta-feira). LEMES, Francismar. Jornal
de Londrina. 12/06/2001 (terça-feira)