Logo de saída quero louvar a presença da musa atuando em várias frentes durante o ano de 2002. A impressão que se tem é de que nunca se dançou tanto como neste ano que passou, nunca se viu tanta diversidade. A dança finalmente ocupou seu lugar no espaço da cidade em panoramas, festivais, mostras, congressos, nos palcos, nas praças, nas ruas, nos salões, nas passeatas...

Terpsícore vestiu-se de vermelho, caiu no samba e puxou o cordão da campanha pró-Lula. Esteve em todos os palcos representando a dança em quase todas as suas modalidades: clássico, jazz, sapateado, street, funk, moderno, contemporâneo, afro, danças de salão... Incorporou a mãe África, subiu e desceu o morro revelando talentos, contou histórias do dia a dia dos mais pobres, desafiou as adversidades, a lei da gravidade, rompeu os limites sociais e mostrou a força, a capacidade e a qualidade artística de muitos jovens, de todas as idades e classes, fazendo valer a abrangência de sua arte híbrida como forma de expressão brasileira. Tudo de bom!

Por essas metamorfoses da musa, faço um brinde a todo o pessoal que trabalhou inspirado por ela: coreógrafos, diretores, instrutores, professores, dançarinos, atores, músicos, sonoplastas, produtores, cenógrafos, contra-regras, iluminadores, figurinistas, costureiros, aderecistas, fotógrafos, divulgadores, jornalistas, editores, roteiristas, artistas plásticos, autores, escritores, críticos, ensaístas, pesquisadores, diletantes, amantes, público... A todos um evoë Terpsícore! Ó dança, arte maravilhosa!

A todos os leitores muita paz e que 2003 seja mais um ano de sucesso!!!!

Um grande abraço!!!

Marina Martins é

dançarina, coreógrafa,

diretora, professora e

pesquisadora