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Jornal DAA Danca a 2 FM - 56

Dança a 2 FM


Balanço de 2002: tivemos um ano muito agitado, com produções maiores e mais competentes, novos nomes surgindo no mercado profissional... Mas o mais importante foi a política. Estamos aprendendo a nos respeitar e a conversar.

Vejo hoje um caminho de entendimento e respeito profissional que outrora não acontecia. Isto é muito importante - eu diria necessário - para o próximo passo que devemos tomar: organizar e crescer.

A dança de salão precisa ter - e em muitos casos já tem - uma postura mais voltada para o mercado, preocupada não só com passos, mas sim com sua imagem e de seu profissional na sociedade. Qual é o papel, quais as funções - além de ficar dançando em bailes e dando aulas - que este profissional pode ter?

O que realmente preocupa é a média de alunos nas academias e centros de dança ter caído e em alguns casos até em 45%. Sem esses espaços, não teremos salas para ensaiar, nem profissionais empenhados em oferecer cada vez uma melhor qualidade de dança, não teremos as aulas, nem as produções e apresentações, todo um universo de atividades sociais que nos cerca.

A discussão importante é sobre o mercado! E tudo começa no aluno. Ele permite que as escolas cresçam, treinem melhor os seus dançarinos e professores e façam o trabalho necessário para que a dança de salão volte ao topo. Por conseqüência, teremos as casas noturnas, bares, clubes e demais locais cheios de pessoas dançando samba, forró, lambada, salsa, roda de casino, bolero, tango etc. Teremos trabalho farto para dançarinos de contrato, professores, cachês mais altos na televisão e teatro, shows com cantores do primeiro time da MPB. Com a organização e pesquisa - mantidas pelas academias - poderemos criar espetáculos de cultura brasileira para serem oferecidos na nossa vasta - porém mal aproveitada - rede hoteleira, o que irá criar postos de trabalho que ainda não existem, beneficiando dezenas de dançarinos. Viagem? Sonho? Não senhores... Esperança!

Espetáculo da Cia de Dança Bob Cunha - O dançarino carioca levou ao palco um elenco bem eclético. Composto de atores, dançarinos de salão, e de dança de rua, um grupo que misturou profissionais e amadores, buscando assim, segundo Bob, uma troca de experiências que amadurece a todos. Abordando temas sociais como a violência e o cotidiano urbano a apresentação passeia por momentos diversos de tensão e comédia. Também são muito usadas as brincadeiras com o público. Acho válido - mais do que a crítica - o incentivo para que cada vez mais profissionais de dança sigam o caminho de montar apresentações e levá-las aos palcos cariocas.

2º Encontro Nacional de Salsa - Taí uma prova de que a organização promove o crescimento. O 2º encontro de salseiros, que aconteceu de 15 a 17 de novembro, foi bem maior que o anterior. Em todos os sentidos. O nível de dança tanto nos bailes quanto nas apresentações, teve uma melhora visível. A troca de informações, os movimentos, a didática, os conceitos - foi um show de crescimento. E o melhor é que ano que vem promete mais progresso!

Foram três dias de salsa na veia. Sem parar e sem reclamar. Ao contrário - teve gente pedindo mais. Olha o fanatismo... Mas é impressionante como essa cultura realmente causa paixão nas pessoas. Na sexta-feira começamos logo com festa. Desde o início, as pessoas vindas de todo Brasil já mostravam porque estavam ali: mucha salsa! Vale ressaltar a qualidade da Banda responsável pelo som. Já no sábado, com pouquíssimas horas de sono - teve gente que nem dormiu - salsa é fogo - às 10:30h começamos as atividades. As oficinas de dança aconteciam de três em três, simultaneamente, o que deixava o povo louco com o que escolher. Após seis horas de aulas - com intervalo de 45 minutos para almoço - voltamos para o hotel. Descansar? Não, tomar banho e de volta para a festa - a segunda. Domingo, com pouquíssimas horas de sono (de novo!) - teve gente que nem dormiu (de novo!). Salsa é fogo mesmo - às 10:30h começa a mesma batida, e o povo não se abala, não sai do pique.

Nas duas noites de festas, aconteceram as apresentações que me deixaram muito contente e confiante em relação ao futuro da salsa no Brasil: coreografias mais criativas, e melhor executadas, principalmente dançadas com expressão, vendendo alegria, mostrando que dança não é uma seqüência de passos bem elaborados: tem que ter conceito, tem que ter alma!

Ao final do evento, os organizadores do encontro Ricardo Garcia e Douglas Mohmari, fizeram um discurso emocionado chamando a atenção de todos os dançarinos, professores, músicos, alunos e apaixonados pelo ritmo, para o momento que ali havíamos criado: nunca fomos tantos nem tão organizados, nem com acesso a tanto conhecimento, e principalmente tão unidos.

Parabéns a todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste encontro. Arriba la Salsa !!!

Flávio Miguel é dançarino,

professor e percussionista

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